No último dia 8 o Hospital Tacchini, em Bento Gonçalves realizou, pela segunda vez na história da instituição, uma neurocirurgia conhecida como “Deep Brain Stimulation (DBS)”, traduzido livremente para o português como Estimulação Cerebral Profunda, que tem como objetivo o tratar distúrbios do movimento, como o tremor essencial e o causado pela doença de Parkinson, sendo uma esperança para o tratamento destes sintomas a pacientes que já não respondem a procedimentos convencionais.
Reconhecido como um dos tratamentos mais eficazes para os sintomas da doença de Parkinson, o DBS é realizado através da inserção de eletrodos em partes específicas do cérebro, e que são conectados a um dispositivo parecido com um marca-passo implantado sob a pele. Com a técnica, se é capaz de regular os sinais elétricos no cérebro, reduzindo os sintomas motores debilitantes da doença.
Embora complexo, o procedimento é considerado seguro e eficaz, e oferece melhorias significativas na qualidade de vida dos pacientes. O paciente que passou pela cirurgia no dia 8, por exemplo, mostrou resultado positivo, com o efeito programado, que é a diminuição dos sintomas relacionados ao Parkinson. Com 61 anos, teve alta apenas 72 horas depois da cirurgia.
“A DBS não cura a doença de Parkinson nem impede sua progressão, mas é uma forma poderosa de controlar os sintomas motores e devolver aos pacientes autonomia, independência e qualidade de vida”, afirma o Dr. Vanderson Rodrigo Araújo, neurocirurgião responsável pelo procedimento no Tacchini.
Entre os benefícios da DBS temos uma melhora substancial nos tremores, rigidez, lentidão dos movimentos e movimentos involuntários. Além disso, a terapia também pode reduzir a necessidade de medicamentos, diminuindo assim os efeitos colaterais associados ao tratamento convencional.
Para ser submetido ao tratamento através de DBS, os pacientes passam por avaliações rigorosas que determinam se podem ou não passar pelo procedimento, entre eles testes de resposta à levodopa (diagnóstico que envolve a administração de levodopa para avaliar a resposta de um paciente ao tratamento), avaliação cognitiva, ressonância magnética e consulta com neurocirurgião especializado em Parkinson.
Durante o procedimento, o paciente permanece acordado, com sedação leve e deve atender a comandos durante a introdução dos eletrodos. A precisão nesta etapa é fundamental, bem como a programação do dispositivo que é implantado sob a pele. Qualquer desvio no trajeto do estimulador pode resultar em complicações graves, como sangramento, paralisia ou convulsões.
Os resultados esperados da cirurgia são uma melhora significativa nos sintomas motores, aumentando a independência e a qualidade de vida do paciente.
“O sucesso na realização de mais um procedimento inovador para o Tacchini, mostra não apenas que a estrutura do Centro Cirúrgico da instituição pode ser comparada com a dos melhores hospitais do país, mas também que possuímos profissionais altamente treinados e comprometidos com o paciente”, descreve o coordenador médico do Centro Cirúrgico do Hospital Tacchini, Dr. Leonardo Camargo.