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Governo do RS cobra diagnóstico de concessionária sobre ferrovias afetadas e busca inclusão em grupo de crise

Impasse persiste após 120 dias das enchentes, enquanto Estado busca maior envolvimento nas decisões sobre recuperação

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Foto: Divulgação

Mais de 120 dias após as enchentes, os impactos na malha ferroviária do Rio Grande do Sul ainda não foram apresentados pela Rumo Logística. A concessionária deveria ter fornecido um relatório com o diagnóstico da situação durante uma reunião virtual realizada nesta segunda-feira (02), entre o vice-governador Gabriel Souza, representantes da empresa e o secretário Nacional de Transporte Ferroviário, Leonardo Ribeiro. No entanto, a Rumo informou que os dados finais ainda estão em análise. Durante o encontro, o governo do Estado solicitou sua inclusão no grupo de trabalho (GT) criado pelo governo federal para tratar das demandas ferroviárias.

A reunião, inicialmente agendada para 19 de agosto e depois remarcada para esta segunda-feira, era crucial para que a gestão estadual, com base no levantamento, pudesse debater as soluções e encaminhamentos necessários para as ferrovias gaúchas, que já enfrentavam dificuldades antes das enchentes.

“Até o momento, não tivemos acesso aos dados finais do diagnóstico da malha ferroviária do Rio Grande do Sul, o que interfere na análise e nas decisões que precisamos tomar. O objetivo do governo do Estado é colaborar com o governo federal e encontrar soluções. Também manifestamos nosso interesse em participar do GT e contribuir para o debate sobre este setor, que é estratégico para a nossa economia”, destacou Gabriel Souza.

Embora os números não tenham sido apresentados oficialmente, parte dos impactos foi divulgada pela imprensa gaúcha na semana passada. Em resposta, o secretário Leonardo Ribeiro informou que o estudo está em fase de conclusão e que os detalhes, elaborados pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), serão divulgados nos próximos dias. Segundo Ribeiro, uma análise preliminar sugere que os danos podem ter atingido cerca de 700 quilômetros de trilhos, com um custo de recuperação estimado entre R$ 3 e 4 bilhões. Ele também mencionou a possibilidade de abertura de crédito extraordinário para financiar a recuperação do modal ferroviário.

O vice-governador considerou positiva a notícia sobre o possível crédito extraordinário, destacando que, diante do cenário atual, um aporte público poderia viabilizar rapidamente as obras necessárias, seja para reparos nos trechos danificados ou para a criação de um novo traçado. Gabriel Souza também enfatizou a importância de manter parte da malha ferroviária nas regiões turísticas do Vale do Taquari e da Serra Gaúcha, que foram afetadas pelas enchentes.

A reunião também contou com a participação dos secretários de Logística e Transportes, Juvir Costella, da Reconstrução Gaúcha, Pedro Capeluppi, e do vice-presidente da Rumo Logística, Guilherme Penin, além de outros diretores e membros da empresa.