A partir desta terça-feira (02) os interessados em serem doadores de órgãos contam com a Autorização Eletrônica de Doação de Órgãos (AEDO), lançado pelos Cartórios de Notas do Rio Grande do Sul e pelo Judiciário, que passa a certificar oficialmente o desejo de ser um doador e estará disponível em plataforma nacional para os profissionais de saúde de todo o país.
O documento pode ser feito digitalmente em qualquer um dos 448 Cartórios de Notas do Estado e vai ajudar as quase duas mil pessoas que aguardam por uma doação no RS a identificar doadores.
O lançamento do AEDO marca o início da campanha “Um Só Coração: seja vida na vida de alguém”, que será lançada hoje (02) pelo presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Luís Roberto Barroso, e pelo Corregedor Nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão.
A autorização foi desenvolvida pelo Colégio Notarial do Brasil – Conselho Federal (CNB/CF), entidade que reúne todos os Cartórios de Notas do Brasil e ficará diponível de forma gratuita pelo site e, por meio da Central Nacional de Doadores de Órgãos, para consulta via CPF do falecido pelos responsáveis do Sistema Nacional de Transplantes.
“Ficamos felizes e muito honrados em ver que uma ideia que nasceu aqui no Rio Grande do Sul se espalhará por todo o Brasil, e ainda mais em uma causa tão nobre, de grande relevância e que tem o intuito de salvar muitas vidas através de um ato de amor ao próximo”, destaca o presidente do Colégio Notarial do Brasil – Seção Rio Grande do Sul (CNB/RS), José Flávio Bueno Fischer. “É com entusiasmo e orgulho que vejo essa iniciativa, que tem os cartórios de notas sendo agentes ativos no incentivo da doação de órgãos e tecidos, ganhar ainda mais proporção”, conclui.
Atualmente, quem autoriza a doação de órgãos no caso de morte encefálica é a família do falecido, que ainda precisava estar ciente da vontade da pessoa em doar seus órgãos. Agora, a manifestação da vontade fica registrada em uma base de dados que pode ser acessada pelos profissionais da Saúde, que teão a comprovação da intenção do falecido para apresentar para os familiares no momento da morte.
“O provimento que regulamenta o procedimento de doação de órgãos, assegurou a importância de que todos os cidadãos tenham acesso gratuito a um mecanismo seguro que fomente e agregue o maior número de doadores de órgãos e tecidos com o objetivo de que seja respeitada a declaração de vontade do doador,” assinalou o corregedor-nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão.
Para fazer a AEDO, o interessado preenche um formulário no site, que é recepcionado pelo Cartório de Notas escolhido. Depois, o tabelião agenda uma videoconferência para identificar o interessado e coletar sua manifestação de vontade em doar. Para finalizar, ambos assinam digitalmente a AEDO, que ficará disponível para consulta. A plataforma está acessível 24 horas por dia, 7 dias por semana, de qualquer dispositivo com acesso à internet.