Quem já comprou uma caminhonete seminova sabe: por trás da imponência de uma Hilux usada pode se esconder um detalhe mecânico capaz de transformar orgulho em dor de cabeça. Um dos sinais que mais geram dúvidas é o barulho no cardã. Será apenas um ruído típico do uso ou um aviso claro de que a cruzeta precisa ser substituída antes que a conta da oficina pese no bolso?
Hilux usada e o barulho do cardã
A Hilux usada é famosa pela durabilidade e robustez, mas isso não significa que ela seja imune ao desgaste natural. O cardã, peça responsável por transmitir a força do motor até as rodas, sofre grande esforço — especialmente em veículos que já rodaram muito em estradas de terra ou carregaram peso excessivo.
O barulho do cardã costuma aparecer como um estalo metálico ou rangido, perceptível em arrancadas, trocas de marcha ou ao passar por irregularidades. Em alguns casos, trata-se apenas da folga normal de funcionamento. Mas quando o som é constante ou mais forte, a suspeita recai sobre a cruzeta, pequena peça que garante a flexibilidade do cardã.
Segundo o Sindirepa Brasil (Sindicato da Indústria de Reparação Automotiva), mais de 40% dos problemas em sistemas de transmissão de picapes com mais de 100 mil km estão ligados ao desgaste da cruzeta. Já a revista Quatro Rodas aponta que ignorar ruídos nessa área pode gerar desde vibrações incômodas até a quebra total do cardã em movimento.
Como diferenciar barulho normal de desgaste
Entender a diferença entre um ruído aceitável e um problema sério é fundamental para quem dirige uma Hilux usada:
- Barulho esporádico: pode ser apenas resultado da folga natural do cardã.
- Estalos frequentes: ao arrancar ou trocar de marcha, indicam desgaste na cruzeta.
- Vibrações no assoalho: sinal claro de que o alinhamento do cardã já está comprometido.
- Rangidos metálicos contínuos: mostram que a lubrificação interna da cruzeta se perdeu.
Esses sinais são cumulativos. Ou seja, quanto mais se ignora, mais grave e caro fica o reparo.
O preço de ignorar o problema
Adiar a troca da cruzeta pode transformar um reparo simples em um prejuízo pesado. A substituição da peça, quando feita no início do desgaste, custa relativamente pouco. Já quando o problema evolui e compromete o cardã inteiro, o gasto pode superar os R$ 5 mil em oficinas especializadas.
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De acordo com dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), os custos médios de manutenção preventiva representam apenas 20% do valor de um reparo corretivo em sistemas de transmissão. Na prática, trocar a cruzeta a tempo significa economizar até quatro vezes o valor em relação a uma intervenção completa no cardã.
A importância da manutenção preventiva
Hilux usada ou nova, o segredo está na prevenção. Fazer revisões periódicas e inspecionar o cardã a cada 10 mil km é o mínimo recomendado. Oficinas especializadas verificam folgas, aplicam graxa nas cruzetas (quando possível) e identificam trincas que podem evoluir para problemas sérios.
O proprietário atento evita que o desgaste silencioso se transforme em pane inesperada. Afinal, nada pior do que ficar parado na estrada com a caminhonete carregada porque uma peça pequena foi negligenciada.
Teste simples que o motorista pode fazer
Sem precisar de ferramentas sofisticadas, há formas de identificar o problema antes da oficina:
- Com o carro desligado, engate a marcha e tente movimentar o cardã com as mãos. Folgas excessivas indicam problema.
- Durante o uso, fique atento a estalos metálicos em baixas velocidades.
- Observe se há vibração no volante ou no assoalho em rotações médias.
Se qualquer um desses sintomas aparecer, a recomendação é procurar um mecânico especializado em picapes o quanto antes.
O cuidado que aumenta a vida útil
Comprar uma Hilux usada é, para muitos, a realização de um sonho. Mas esse sonho só continua confortável quando a manutenção acompanha o prestígio da caminhonete. O barulho no cardã não deve ser visto como detalhe: ele é um recado direto de que algo precisa de atenção. Resolver cedo custa menos e preserva tanto a segurança quanto o investimento feito no veículo.
