Após o anúncio de que o Instituto Quindim não vai prosseguir com as atividades na atual sede localizada junto ao prédio Abramo Eberle, na Rua Sinimbu, a Secretaria Municipal da Cultura (SMC) estuda formas de garantir a sobrevivência do centro cultural, a partir do diálogo com representantes e ativistas do âmbito artístico da cidade. Em reunião realizada nesta segunda-feira (18), representantes do Instituto entregaram à prefeitura um manifesto com mais de 2,7 mil assinaturas e apoio de 213 entidades, no qual reivindica a continuidade dos trabalhos da biblioteca.
O encontro, organizado pelo Instituto de Arquitetura do Brasil (IAB), com o apoio da União de Associações de Bairros (UAB) e do Coletivo Meio e da Associação dos Amigos da Maesa (Amaesa), teve o propósito de formalizar adesões para sensibilizar o município da importância da manutenção do espaço – que reuniu um público de 63 mil pessoas nos últimos dez anos em suas atividades de incentivo à leitura e outras iniciativas artísticas.
O fechamento das portas do Instituto foi anunciado no dia 5 de novembro, após o presidente ser notificado da necessidade de desocupação do imóvel pelo proprietário – com prazo final para encerramento das atividades no dia 30 de novembro.
Segundo o presidente do Instituto, Volnei Canônica, desde o primeiro anúncio da entrega do imóvel, o Executivo se mostrou disposto a encontrar uma solução para evitar que os serviços fossem encerrados definitivamente. Contudo, ele destaca a necessidade dessa definição ser encaminhada o quanto antes, diante do prejuízo que a interrupção das atividades traz à comunidade.
“A gente está dialogando com a prefeitura e tentando encontrar os mecanismos legais para garantir a continuidade do Instituto, mas precisamos um pouco de celeridade, pois o fato de o Instituto ficar um tempo fechado gera um distanciamento com a população. A nossa preocupação é reabrir o quanto antes”, comenta.
A secretária de Cultura, Cristina Nora Calcagnotto, ressalta que a busca por novos espaços está passando por uma análise jurídica da Procuradoria Geral do Município (PGM). Cabe ao órgão elaborar um parecer técnico para viabilizar a melhor forma de transferência para outro local. Entre as hipóteses consideradas estão a alocação em um prédio público que já abrigue alguma atividade relacionada ao setor cultural do município ou uma parceria com uma entidade privada para cessão de uso de algum imóvel.
“A PGM tende a indicar qual a legislação pertinente que possa embasar essa relação. Acreditamos que isso pode acontecer por uma cessão de uso ou com base na lei que regula as parcerias, que é uma outra questão. Hoje, não temos condições de alugar um imóvel porque precisaríamos de locações também para outras atividades. Então a ideia é realocá-lo em algum espaço nosso que coexista com alguma outra iniciativa já em andamento. Hoje, infelizmente não temos um lugar ocioso que posso exclusivamente sediar o Quindim”, esclarece a secretária.
Junto ao abaixo-assinado, também foi encaminhado um pedido formal para que o Instituto passe a fazer parte do projeto de ocupação do prédio da Maesa. Entretanto, será necessária a apresentação de um projeto para consolidar a intenção de integrar o espaço. O Instituto de Leitura Quindim foi declarado de utilidade pública pela Prefeitura em 2020.