A partir de 8 de janeiro não vai ser mais preciso cumprir quarentena para entrar na China, anunciaram nesta segunda-feira, 26, as autoridades sanitárias. Essa medida fazia parte da rígida política de covid-zero que começou a ser flexibilizada no começo de dezembro. A China é o único grande país do mundo a exigir quarentena para quem viaja ao seu território, o que prejudica o setor turístico. A Comissão de Saúde indicou que já não considera agora a Covid-19 como uma pneumonia, mas como uma doença “contagiosa” menos perigosa.
O confinamento dura atualmente cinco dias, seguidos de outros três de observação domiciliar. Entretanto, a partir do mês que vem, apenas será exigida a apresentação de um teste negativo recente a todos que queiram entrar no território chinês, informou em um comunicado a Comissão de Saúde, órgão com funções equivalentes às de um ministério. Essa decisão vem em um momento que a China vive uma forte onda de Covid e que o país parou de divulgar os números diários de contaminação, que são alvo de críticas pela enorme defasagem entre os números oficiais e a onda atual no país. Contudo, as autoridades sanitárias de Zhejiang (leste) indicaram que o número de infecções diárias superava a barreira de 1 milhão nesta província de 65 milhões de habitantes.
Muitos hospitais estão lotados, crematório saturados e as farmácias sofrem com escassez de medicamentos. Nesta segunda-feira, 26, o presidente Xi Jinping pediu às autoridades medidas para “proteger com eficácia” as vidas de seus compatriotas diante do avanço da Covid-19, em suas primeiras declarações públicas desde que Pequim relaxou as restrições. “Deveríamos lançar uma campanha sanitária patriótica de maneira mais afinada”, para fortalecer “a prevenção e o controle” da epidemia e “proteger com eficácia a vida, a segurança e a saúde das pessoas”, disse Xi, citado pela emissora estatal CCTV. “A prevenção e o controle da Covid-19 na China estão se deparando com uma situação nova e com tarefas novas”, acrescentou.
Considerando apenas o balanço oficial, a China, o país mais populoso do planeta, só teria tido seis mortes por covid-19 desde que as restrições foram levantadas. Segundo especialistas, este balanço é muito inferior ao número real de mortes, em um país no qual boa parte das pessoas mais idosas não está vacinada contra o coronavírus. A grande metrópole de Guangzhou (sul), que tem uma população de 19 milhões de habitantes, anunciou o adiamento dos funerais para “depois de 10 de janeiro”. Outra fonte de controvérsia é a nova metodologia de contabilização das autoridades, na qual apenas as mortes por insuficiência respiratória ligada à covid serão levadas em consideração como causadas pela doença.
Com informações da Jovem Pan