Comportamento

Casos suspeitos da variante delta no RS serão analisados na Fiocruz

(Foto: Andressa Anholete/Getty Images)
(Foto: Andressa Anholete/Getty Images)

O Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) irá enviar para a Fiocruz, nesta segunda-feira (12/7), amostras de dois prováveis casos da variante delta do coronavírus (B.1.1.617.2 – de origem na Índia) identificados no RS. Na Fiocruz, as amostras (de secreção de naso-faringe) passarão por exames mais detalhados para confirmação. É a primeira vez que casos suspeitos dessa linhagem do vírus são identificados no Rio Grande do Sul.

As amostras foram analisadas no Laboratório Central do Estado (Lacen/RS) e Centro de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CDCT) em testes preliminares. Na Fiocruz, no Rio de Janeiro, as amostras passarão por um sequenciamento genômico, que fornece detalhes do perfil de mutações e classifica com precisão a linhagem de cada amostra. Será um sequenciamento completo. Os testes que vêm sendo aplicados pela Secretaria da Saúde (SES) indicam se determinada amostra é uma provável VOC (variante de preocupação, da sigla em inglês) a partir da identificação genes específicos que são diferentes entre os tipos de vírus.

Os casos suspeitos se referem a um morador de Gramado e outro de Santana do Livramento. Nos últimos dias, as vigilâncias municipais adotaram as medidas sanitárias necessárias, com a identificação das pessoas e rastreamento de contatos dos casos, além do isolamento e coleta de amostras para RT-PCR (inclusive de contatantes). Essas amostras estão sendo enviadas ao Lacen para análise. Se forem casos positivos, serão realizados testes para identificar a provável linhagem.

Além desses dois casos de prováveis delta, três possíveis casos da variante alfa (B.1.1.7, origem no Reino Unido) foram identificados e estão em investigação para confirmação.

Variantes do coronavírus

Algumas linhagens do Sars-CoV-2 (causador da Covid-19) preocupam quanto a alterações no seu comportamento por carregarem algumas mutações específicas. A maioria dessas mutações está concentrada na proteína spike, a responsável por reconhecer as células humanas e ajudar o vírus a penetrar nessas células do indivíduo.

Quando comprovadas essas alterações e identificada uma ameaça à saúde pública ou ao controle do vírus, se denomina então de “variante de preocupação” (VOC – do inglês variants of concern).

Variantes de preocupação (VOC) são aquelas para as quais existem evidências científicas de uma mudança no comportamento do vírus. As principais mudanças que requerem atenção são aumento da transmissibilidade, aumento dos casos graves, redução significativa da neutralização por anticorpos gerados durante infecção prévia, eficácia reduzida de tratamentos ou vacinas ou falhas de detecção no diagnóstico.

Os exemplos mais conhecidos e de maior preocupação entre as VOCs já identificadas são alfa (B.1.1.7, origem no Reino Unido), beta (B.1.351, origem na África do Sul), gama (P.1, origem no Brasil) e a delta (B.1.617, origem na Índia).

No Rio Grande do Sul, assim como no Brasil, a linhagem predominante em mais de 99% dos casos analisados é a gama (P.1).