Comportamento

Bolsa de Tóquio tem a maior queda em pontos na história

Bolsa japonesa despencou 12,4% nesta segunda-feira (5). Recessão nos EUA causa pânico no mercado mundial

Bolsas ao redor do mundo passam por recessão nessa segunda (05) (Foto: Wirestock)
Bolsas ao redor do mundo passam por recessão nessa segunda (05) (Foto: Wirestock)

As Bolsas desabaram nesta segunda, enquanto o dólar e o euro registravam uma desvalorização em relação ao iene, uma consequência da crescente preocupação dos investidores com a possibilidade de uma recessão nos Estados Unidos.

Até agora, a Bolsa de Valores de Tóquio, no Japão, é a mais prejudicada, com os índices “Nikkei 225” e “Topixregistrando queda de até 7% em negociações instáveis.

Na Europa, as principais Bolsas iniciaram a semana em queda, afetadas principalmente pelos valores bancários e tecnológicos, seguindo as quedas registradas algumas horas antes na Ásia.

Frankfurt recuava mais de 3% pouco depois da abertura, Paris cedia 2,6% e Londres 2,3%. Madri perdia 2,8% e Milão 4%.

Os Estados Unidos registraram uma taxa de desemprego de 4,4% em julho, mais do que o previsto para o mês, atingindo a maior marca desde outubro de 2021.

Segundo Stephen Innes, analista da SPI Asset Management:
“O detonador foi um relatório sobre o emprego nos Estados Unidos publicado na sexta-feira, que provocou a queda das ações e dos rendimentos dos títulos em Wall Street.”

Após a publicação do relatório, os rendimentos da dívida pública registraram queda expressiva, o que gerou a previsão de que o Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) pode reduzir suas taxas de forma mais drástica que o esperado.

No mercado da dívida, os rendimentos dos Estados Unidos, que se movimentam na direção oposta aos preços dos títulos, continuaram em queda e atingiram 3,76% durante a manhã, contra 3,79% dos títulos a 10 anos na sexta-feira. O que mostra o interesse dos investidores em títulos mais seguros que ações, consideradas um ativo de risco.

Queda preocupante nos mercados asiáticos:

Nas Bolsas asiáticas, as quedas foram mais expressivas. O Nikkei 225, principal índice da Bolsa japonesa, que encerrou a sessão de sexta-feira em queda de 5,8%, desabou 12,4% nesta segunda-feira, uma perda de 4.451,28 pontos, a 31.458,42 unidades, recorde de baixa na história, que havia sido registrado em outubro de 1987.

O índice Topix, mais amplo, caiu 12,23%, a 2.227,15 pontos.

A Bolsa de Taiwan caiu mais de 8% e Seul mais de 9%. As Bolsas chinesas registraram quedas moderadas: o índice Hang Seng de Hong Kong perdeu 2,13%. O índice composto de Xangai cedeu 1,54% e o índice de Shenzhen 1,85%.

“O detonador imediato para esta aversão ao risco parece ser o aumento inesperado das taxas de juros” anunciado na quarta-feira pelo Banco do Japão, disse Dilin Wu, estrategista da Pepperstone.

O endurecimento da política monetária após anos de taxas negativas, combinado com uma desaceleração da atividade econômica nos Estados Unidos, precipitou a valorização do iene, que também foi apoiada pelas intervenções do banco central japonês no mercado cambial.

A moeda japonesa, negociada em julho a quase 162 ienes por dólar, chegou nesta segunda-feira a uma cotação de 141,73 por unidade da moeda americana, um nível que não era registrado desde janeiro. Na sexta-feira, um dólar era negociado por 146,52 ienes em Nova York.

Um iene mais forte é um fator negativo para os exportadores japoneses.

No mercado cambial, o dólar caiu 2,17% nesta segunda-feira, a 143,35 ienes, e o euro recuou 1,99%, a 156,72 ienes.

O bitcoin caiu 11,70%, a 52.217 dólares.