
A greve dos caminhoneiros que completou seu quarto dia na quarta-feira, dia 24, que deve prosseguir nesta quinta-feira em todo o país, já provoca desabastecimento nos postos de combustíveis dos municípios da Serra Gaúcha. Um levantamento realizado na noite da quarta-feira indicava que seis de cada 10 postos em Caxias, Bento Gonçalves e Farroupilha já trabalhavam com estoque reduzido ou estavam com os tanques vazios. Em alguns casos, o preço do combustível subiu ao longo do dia.
Em Caxias, menos da metade dos cerca de 20 postos contatados pela reportagem do Leouvê ainda possuía o produto no estoque. Segundo Luiz Henrique Martiningui, sócio-proprietário de uma rede de postos, a procura se intensificou ao longo do dia, gerando longas filas que seguiram intensas no início da noite. Para ele, como a procura se intensificou, os estoques estão diminuindo muito rápido. “Não há como prever por quanto tempo ainda será possível atender a demanda”, garantiu.

Outra rede da cidade ainda tinha combustível em um posto próximo ao Parque de Eventos da Festa da Uva, mas o estoque opera em baixa e deve terminar em breve. Em outra unidade, localizada na Rua Vinte de Setembro, não havia mais gasolina comum após às 19h30min. Com isso, outros postos, como em Forqueta e no Bairro Fátima, onde a procura se intensificou, também estão com os estoques no fim.


Em alguns locais, o combustível já era encontrado por um preço ainda mais caro no início da noite da quarta-feira, por conta do risco de desabastecimento. Os preços do litro da gasolina comum, que variavam pela manhã entre R$ 4,65 até R$ 4,75 nas duas cidades, chegaram ao final da tarde a ser praticados até por R$ 4,85, o que contraria os anúncios de redução de preço, ainda que pequena, feitos pela Petrobras desde a terça-feira. Em alguns postos, na terça-feira, os motoristas encontravam o litro do combustível até a R$ 4,45 em alguns locais.
O desabastecimento não justifica o aumento do preço para o combustível que já está na bomba, de acordo com a legislação, e pode configurar preço abusivo, conforme o inciso X do artigo 39 do Código de Defesa do Consumidor (CDC), que trata da elevação sem justa causa do preço de produtos ou serviços. A transgressão da lei pode gerar multas de R$ 1.050 até R$ 3 milhões. Até o final da noite desta quarta-feira, não havia registro de notificações neste sentido.