
Os parlamentares da Câmara Municipal de Caxias do Sul rejeitaram, por unanimidade, o pedido de cassação do mandato do vereador Hiago Morandi (PL), durante a sessão ordinária desta quinta-feira (13). Este é o sexto pedido de cassação contra o integrante do Partido Liberal desde que ele assumiu a cadeira no Legislativo.
A nova denúncia foi feita por Valdonir Paulino Rech, servidor da Secretaria de Obras, que acusou o vereador de quebra de decoro parlamentar, abuso de poder e violação do Estatuto do Idoso, com indícios de improbidade administrativa.
Sobre o arquivamento do pedido de cassação, Hiago Morandi afirma que já imaginava o resultado, por se tratar de alguém que tentou, na visão do vereador, impedir a fiscalização:
A gente vai continuar fiscalizando e, sim, a gente tá aqui para julgar as ações do executivo e os servidores são figuras públicas. A pessoa que me acusa se apega na questão de ser um idoso mas a gente não pode deixar de estar tecendo comentários sobre alguém pela questão da idade. Não é porque a pessoa é idosa que ela não pode ser criticada.
O parlamentar ainda agradeceu os colegas vereadores por notarem que a denúncia se trata de um absurdo e destacou a seriedade da casa legislativa.
Durante as declarações de voto, alguns pontos foram destacados, como a necessidade de fiscalizações mais respeitosas por parte dos vereadores e a banalização dos pedidos de cassação, quando há problemas mais sérios a serem discutidos na cidade. Alguns parlamentares também afirmaram que a denúncia poderia ser encaminhada à Justiça para ser resolvida no âmbito cível.
O pedido foi arquivado com votos contra de: Aldonei Machado (PSDB), Andressa Marques (PCdoB), Alexandre Bortoluz (PP), Caleb Garbin (PP), Capitão Ramon (PL), Cláudio Libardi (PCdoB), Daiane Mello (PL), Daniel Santos (Republicanos), Edson da Rosa (Republicanos), Estela Balardin (PT), Hiago Morandi (PL), José Abreu Jack (PDT), Juliano Valim (PSD), Pedro Rodrigues (PL), Rose Frigeri (PT), Sandra Bonetto (Novo), Sandro Fantinel (PL), Wagner Petrini (PSB) e Zé Dambrós (PSB). As vereadores Andressa Mallmann (PDT) e Marisol Santos (PSDB) estavam ausentes da sessão, enquanto o vereador Cristiano Becker (PRD) está de licença saúde.
O que diz a denúncia:
No documento, Valdonir afirma ter sido alvo de “discurso de ódio e ataque pessoal” durante uma sessão do Legislativo, no dia 2 de outubro deste ano. Ele alega que Morandi utilizou linguagem “vulgar e de baixo calão”, citando nominalmente servidores públicos e o próprio denunciante. A representação também aponta que o parlamentar teria agido com “má-fé pública”, distorcendo fatos, ridicularizando sua condição de idoso e usando a tribuna para autopromoção em redes sociais.
O servidor destaca ainda que o vereador teria proferido expressões ofensivas, como “poste mijar no cachorro”, e o desafiado publicamente a “vir para o enfrentamento”, o que, segundo o denunciante, configura constrangimento e afronta pessoal. O pedido solicitou a leitura do documento em plenário, a abertura de processo político-administrativo e, ao final, a cassação do mandato de Morandi ou, suspensão e retratação pública complementar.