Rio Grande do Sul e Vacaria - A Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação Peacekeeper na manhã desta sexta-feira (3), visando reprimir o financiamento e o fornecimento de armas e munições de diversos calibres a comunidades indígenas em conflito na Terra Indígena Carreteiro, no município de Água Santa, localizado no nordeste do Rio Grande do Sul.
De acordo com o delegado Eduardo Nobre Bueno Brandão, responsável pela operação, foram cumpridos 31 mandados judiciais, sendo 23 de busca e apreensão e oito de prisão preventiva.
Entre os oito mandados de prisão preventiva, cinco foram cumpridos e três suspeitos seguem foragidos. Três pessoas também foram presas em flagrante pelo crime de posse ilegal de arma de fogo.
As ações ocorreram em nove cidades do RS e de SC, incluindo Vacaria, na Serra Gaúcha. Outras cidades que registraram desdobramentos foram Treze Tílias (SC), Redentora, Água Santa, Benjamin Constant do Sul, Erebango, Tapejara, Passo Fundo e Charrua.
No município serrano, a PF cumpriu um mandado de prisão e um de busca e apreensão contra um homem, de idade não revelada, que teria fornecido um fuzil para os indígenas.
Investigação
Dentre os indivíduos identificados como fornecedores de armamentos e financiadores, estão incluídos arrendatários de terras, Caçadores, Atiradores e Colecionadores (CACs) de armas de fogo, estabelecimento comercial e indivíduos vinculados a organizações criminosas.
Segundo a PF, esses grupos foram identificados como financiadores e fornecedores de armas de fogo e expressiva quantidade de munições aos indígenas envolvidos no confronto, escalando a violência na região.
“Estima-se que em 2024 os indígenas gastaram aproximadamente 500 mil reais em armas e munições ao longo do conflito. Inclusive trocaram tratores da comunidade e implementos agrícolas por armas e munições”, detalhou o delegado.
A PF informou ainda que parte das armas apreendidas possuía registro legal em nome de CACs, mas já foi iniciado o procedimento administrativo para cassação das autorizações.