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Prefeito estima que 70% da cidade de Muçum foi atingida pelas águas do Rio Taquari

Cidade voltou a sofrer com avanço das águas e ainda não tem dados atualizados sobre prejuízos

(Foto: Guilherme Almeida)
(Foto: Guilherme Almeida)

Muçum foi, mais uma vez, a cidade da região mais atingida pela cheia do Rio Taquari. A prefeitura do município estima que 70% tenha sido atingida pelo transbordamento do manancial. Parte da cidade ainda enfrenta problemas no abastecimento de energia elétrica e de água, e permanece sem sinal de internet desde sábado.

Conforme o prefeito Mateus Trojan, as aulas foram suspensas no município por tempo indeterminado, e a prioridade é a desobstrução das ruas. “O desafio maior é garantir os serviços essenciais. Aproximadamente 30% do comércio atingido ainda em setembro permanecia parado, o que pode agora ter piorado”, comenta Trojan, que aponta preocupação com a falta de recursos para recuperar a cidade.

A administração municipal ainda não tem dados atualizados sobre os prejuízos. Certeza apenas que a reconstrução das estruturas avariadas na cheia anterior demandará mais tempo. “Temos 180 pessoas fora de casa desde setembro, três escolas municipais prejudicadas, uma delas com o prédio totalmente comprometido. São obras que demandam tempo, dinheiro, e maquinário que não dispomos, precisamos de apoio federal e do Estado”, cobra o prefeito.

O acesso a Muçum pela ERS-129 está parcialmente bloqueado por conta do deslizamento de terra. Também na ERS-129, a ponte rodoferroviária Brochado da Rocha está interrompida desde o dia 5 de setembro e o projeto para a reconstrução do trecho levado pela correnteza do Taquari ainda não foi finalizado. A prefeitura pede a colaboração da comunidade para trabalho voluntário, além da doação de produtos de higiene, limpeza, água potável e alimentos para a população desabrigada.

Encanto quer evitar colapso econômico

Em Encantado, a preocupação imediata é fazer frente aos problemas de habitação e evitar um colapso econômico.

“Pelo menos 380 moradias foram impactadas, se somarmos as duas ocorrências climáticas, e muitos estabelecimentos comerciais ainda não se recuperaram da primeira tragédia. Certamente a economia e a habitação local precisarão de auxílio e vamos pleitear recursos com o governador e com o governo federal “, indica o prefeito Jonas Calvi.

Desde a enchente que assolou o Vale do Taquari, em setembro, Encantado, Roca Sales, Muçum e outros municípios da e região trabalham em conjunto para antecipar ações e reduzir os impactos em situações futuras. “Os municípios do Vale trocaram informações para acelerar a resposta. Com os dados que compartilhamos, decidimos pela remoção das famílias das áreas consideradas de risco em Encantado por volta das 13h, antes mesmo do alerta da Defesa Civil do Estado, que chegou próximo das 16h”, garantiu Calvi.

Fonte: Correio do Povo