MAL SÚBITO

Jovem morto na meia-maratona de Porto Alegre completava 20 anos neste sábado (07)

O jovem, João Gabriel Hofstatter De Lamare, praticava corrida há anos e já havia participado de outras maratonas

Jovem morto na meia-maratona de Porto Alegre completava 20 anos neste sábado (07) Jovem morto na meia-maratona de Porto Alegre completava 20 anos neste sábado (07) Jovem morto na meia-maratona de Porto Alegre completava 20 anos neste sábado (07) Jovem morto na meia-maratona de Porto Alegre completava 20 anos neste sábado (07)
A tragédia, além de inesperada, ainda ocorreu na mesma data em que João Gabriel Hofstatter De Lamare completava 20 anos. (Foto: Arquivo Pessoal / Redes Sociais / Reprodução)
A tragédia, além de inesperada, ainda ocorreu na mesma data em que João Gabriel Hofstatter De Lamare completava 20 anos. (Foto: Arquivo Pessoal / Redes Sociais / Reprodução)

O jovem, João Gabriel Hofstatter De Lamare, que morreu enquanto participava da meia-maratona de Porto Alegre, completava 20 anos de idade neste sábado (07). A vítima praticava corrida há anos e já havia participado de outras maratonas, como, por exemplo, em outubro de 2024, na Orla do Guaíba.

Nesta manhã, o rapaz morreu enquanto corria na avenida Padre Cacique, na zona Sul da Capital. Ele teria sofrido mal súbito. De acordo com a Brigada Militar, por volta das 9h13min, uma guarnição foi despachada para o atendimento da ocorrência no entorno da Fundação Iberê Camargo. Ali, uma equipe da Unimed chegou a realizar manobras de reanimação, mas o óbito foi constatado no local.

O público que acompanhava a maratona relata que João Gabriel teria passado mal enquanto participava da atividade, na altura do quilômetro 20. A situação foi descrita como um aparente “ataque cardíaco”, o que ainda não foi confirmado.

As testemunhas também dizem que o rapaz, enquanto passava mal, parou de correr, se curvou e colocou as mãos nos joelhos. Em seguida, tombou no chão. O corpo dele permaneceu tapado por uma lona, enquanto outros atletas passavam ao lado.

Importância de exames e preparo antes de correr, mesmo jovem

O número de corridas de rua no Brasil aumentou 29% em 2024, segundo levantamento da Associação Brasileira dos Organizadores de Corrida de Rua e Esportes Outdoor (Abraceo). Foram 2.827 provas oficiais realizadas em todo o país, um reflexo do crescimento do interesse pela prática esportiva e da consolidação das corridas como eventos populares e acessíveis.

Com o aumento das provas, cresce também a preocupação com a saúde dos participantes. A preparação física e os cuidados médicos prévios nem sempre acompanham a empolgação dos corredores, especialmente entre os iniciantes.

O médico Irani Paulo Carlotto explica que, doenças pré-existentes — mesmo que controladas — podem ser desencadeadas durante provas como a meia maratona. Se o participante já tem algum problema respiratório ou cardíaco, o esforço intenso pode funcionar como gatilho para um evento agudo. Essa avaliação deve ser orientada por um cardiologista, com exames que variam conforme o histórico de cada paciente.

A necessidade de preparo médico prévio é respaldada por estudos recentes. O “Marathon and Half-Marathon Cardiac Arrest Registry”, apresentado no congresso do American College of Cardiology de 2024, analisou 29,3 milhões de corredores entre 2010 e 2023 nos Estados Unidos. Foram identificados 176 casos de parada cardíaca em provas de longa distância, com 59 mortes. A taxa de mortalidade caiu de 48% para 25% no período analisado, e os autores apontam como principal fator de redução a presença de desfibriladores e equipes treinadas ao longo dos percursos.

No Brasil, ainda faltam dados consolidados sobre mortalidade em maratonas, o que dificulta o acompanhamento da evolução dos riscos. Segundo levantamento publicado pela revista Contra Relógio, com base em entrevistas com médicos do esporte, estima-se que o risco de morte súbita durante maratonas seja de aproximadamente 1 a cada 50 mil corredores.

A maioria dos casos estaria relacionada a condições cardíacas não diagnosticadas, como arritmias ou miocardiopatias, somadas à ausência de exames preventivos e ao despreparo físico.

O médico reforça que, além da avaliação clínica prévia, os atletas devem estar atentos ao próprio corpo nas horas que antecedem a corrida. Situações como dor no peito, tontura, dor de cabeça, sensação de fraqueza ou desmaio iminente não devem ser ignoradas.

Cuidados essenciais

  • Realize uma avaliação médica completa;
  • Solicite exames específicos, se indicado;
  • Informe-se sobre seu histórico de saúde;
  • Mantenha os exames em dia durante o ciclo de treinos;
  • Respeite sinais do corpo antes e durante a prova. Sintomas como dor no peito, tontura, sensação de desmaio, dor de cabeça intensa ou fraqueza anormal são sinais de alerta. Se sentir qualquer um deles, pare e procure ajuda;
  • Evite treinos intensos nas 24 horas anteriores à corrida;
  • Durma bem na véspera;
  • Cuide da alimentação no dia anterior;
  • Hidrate-se de forma gradual;
  • Atenção ao clima e ao estresse emocional;
  • Conheça a estrutura da prova;
  • Se estiver com sintomas gripais ou indisposição, reconsidere correr.