O Planvale – Plano Diretor do Vale dos Vinhedos, primeira região vitivinícola com Denominação de Origem do Brasil, realizou na noite de quinta-feira,18, a terceira e última audiência Pública. 36 pessoas se inscreveram previamente para manifestações e sugestões, mas nem todas acabaram comparecendo. Cada uma tinha três minutos para se manifestar e ainda assim o encontro, que iniciou às 19 horas, foi concluído antes das 22 horas.
Algumas poucas sugestões/questionamentos surgiram e devem ser acatados pela empresa que foi contratada através de licitação para a realização do projeto. De resto, a totalidade das manifestações foi elogiosa e de uníssono apoio ao plano.
Algumas preocupações emergiram das manifestações, em especial quanto a aplicação das sugestões levantadas. Os moradores defendem os pilares do plano. Entendendo que a preservação da paisagem, da cultura e de empreendimentos ligados à produção vitivinícola que deu fama à região, devam ser mantidos. Querem ainda que o Conselho do Vale permaneça com o status de deliberativo – a Câmara de Vereadores de Bento Gonçalves não esconde o desejo de mudar este status tornando o Conselho de caráter apenas consultivo. Sustentabilidade, preservação da paisagem, mobilidade foram questões também defendidas.
Preservando pequenos negócios
O Planvale é transversal e entre suas diretrizes estão limites de crescimento. Existe a nítida preocupação para que a região continue recebendo pequenos negócios de forma que não seja descaracterizado pela especulação imobiliária ou chegada de grandes corporações. Mesmo assim, há também uma preocupação entre os moradores: o envelhecimento de alguns viticultores e a falta de sucessão na propriedade.
Desafios e Perspectivas do Planvale
O arquiteto Vinícius Ribeiro, diretor da empresa contratada pelos municípios de Bento Gonçalves, Monte Belo do Sul e Garibaldi, revela que agora virá a parte de ajustes com os corpos técnicos das três prefeituras, fase que deve ser concluída ainda na primeira quinzena de outubro.
Conforme o Promotor Público Felipe Teixeira Neto, da Promotoria do Meio Ambiente de Porto Alegre e que acompanha o caso por se tratar de assunto que engloba três municípios, o novo momento é de ajustes e de diálogo, de tratativas políticas e de convencimento, afinal o PlanVale precisa ser aprovado pelas Câmaras de Vereadores dos três municípios em questão.
O estudo ora realizado partiu de uma verba de R$ 1 milhão destinada pelo próprio MP. Ele garante que a promotoria continuará acompanhando o processo e entende que podem haver concessões de parte a parte. Ou como definiu o morador Luiz Eduardo Brandelli em sua manifestação:
não pode descambar nem para um lado, nem para o outro,
resumiu.
O Futuro do Vale dos Vinhedos
O viticultor Ademir Brandelli, que é do Conselho diretor da Aprovale lembrou que a Denominação de origem do Vale dos Vinhedos serviu de exemplo e que muitas regiões produtoras de vinho, café e outros produtos buscam os seus estatutos para terem como referência.
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Agora entendo que também este estudo deverá servir de exemplo para muitos
Previu.
Também ficou claro que a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul deve ser notificada pois há necessidade de retificação na lei que delimita a região de denominação.