ECONOMIA

"Nosso Estado tem que entender que paramos no tempo e precisamos recuperar", diz CEO da Fiergs

Declaração ocorreu em palestra na reunião-almoço da CIC Caxias. Paulo Herrmann acredita que a indústria gaúcha precisa ser mais competitiva

Paulo Herrmann palestrou na RA CIC - Foto: Júlio Soares/Objetiva
Paulo Herrmann palestrou na RA CIC - Foto: Júlio Soares/Objetiva

O CEO da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), Paulo Herrmann, foi o palestrante da reunião-almoço (RA) da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC Caxias), realizada nesta segunda-feira (10). O tema da palestra foi “Indústria do RS: oportunidades e desafios”.

Herrmann é ex-CEO da John Deere Brasil e engenheiro agrícola, com MBA em Gestão de Negócios.  Em agosto de 2021 recebeu o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal de Lavras (UFLA). Neste mesmo ano, foi considerado umas das 500 autoridades mais influentes da América Latina, pela publicação Boomberg Línea.

Competitivade

Segundo Herrmann, a nova gestão da Fiergs, presidida pelo empresário Claudio Bier, definiu quatro pilares para atuar. Um deles é a competitividade. Segundo ele, um quesito em que o a indústria gaúcha não avançou nos últimos 200 anos.

“O aumento da competitividade passa por vários aspectos e um deles é preparação de mão de obra qualificada para esse momento que a gente tá vivendo. Neste sentido, temos o Senai, com uma boa estrutura, e oferece uma quantidade boa de cursos e que nós vamos aumentar. A outra linha é um aporte em termos de equipamentos para fazer essa modernização. Dependendo do setor, nós estamos buscando uma linha de crédito para fazer esse investimento”, afirmou o CEO.

Ainda segundo ele, aliado a isso, a indústria gaúcha precisa investir em tecnologia e inovação para gerar competitividade. Principalmente, em plena época da Inteligência Artificial e da robotização.

Recursos humanos

Paulo Herrmann também falou de outro pilar chamado retenção de talentos. Em 20 anos, conforme ele, o Rio Grande do Sul perdeu 700 mil profissionais. Na contramão, Santa Catarina atraiu 1 milhão de novos trabalhadores no mesmo período. Também avalia que a 14ª posição do RS no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) 2023 no Ensino Médio é um fator que impacta diretamente na formação de mão de obra qualificada para a indústria.

“Precisamos criar um clima favorável. As pessoas ficam, quando elas acreditam que o país vale a pena, têm oportunidade para crescer e desenvolver. Nós temos uma lição de casa: trazer os jovens para dentro da indústria, abrir as portas, mostrar que tem possibilidade de crescimento profissional”, salienta.

Por outro lado, a outra é qualificar nós estamos construindo agora 11 escolas de referência e essas escolas fundamentalmente elas vêm com uma nova metodologia para que a gente possa fazer uma preparação em tempo integral dos nossos estudantes de

Capacitação

O quarto pilar é a qualificação profissional. Segundo o CEO, o sistema Fiergs está construindo 11 escolas de referência, que chegam, com uma nova, que é a preparação em tempo integral dos estudantes.

“Temos uma boa estrutura em Caxias de Sesi, Senai e IEL. Vamos ver o que nós podemos agregar mais. Por isso, é importante uma reunião como a de hoje [10] para identificar demandas para que a Fiergs possa aportar os recursos”, destacou Herrmann.

Herrmann mencionou ainda que o sistema Fiergs não tem mais a função de atuar em projetos esportivos. Desta forma, acenou com a possibilidade de transferência da estrutura do Ginásio do Sesi para a Prefeitura de Caxias do Sul. Entretanto, ainda não há nenhuma tratativa sobre a questão. Isso porque a ideia surgiu no momento da palestra.

Avaliação

O presidente da CIC Caxias, Celestino Loro, afirmou acreditar que essa nova fase da Fiergs trará entregas mais ágeis e assertivas, ampliando o suporte à competitividade da indústria do Rio Grande do Sul.

“Nossa expectativa, a partir dessa reestruturação, é de ações e posicionamentos concretos, que de fato impulsionem o setor industrial e sua valorosa capacidade de gerar riqueza, empregos e inovação”, ressaltou Loro.