INVESTIGAÇÃO

Mãe de gêmeas mortas em Igrejinha pesquisou sobre veneno de rato na internet

As buscas teriam sido feitas no celular dela para descobrir se veneno de rato seria “capaz de matar um ser humano”; defesa constesta

Mãe de gêmeas mortas em Igrejinha pesquisou sobre veneno de rato na internet
Foto Arquivo Pessoal

A mãe das gêmeas de 6 anos que morreram em Igrejinha teria pesquisado sobre veneno na internet. Conforme a Polícia Civil, as buscas foram feitas no celular dela, em janeiro, para descobrir se veneno de rato seria “capaz de matar um ser humano”.

As crianças morreram nos dias 7 e 15 de outubro de 2024. Gisele Beatriz Dias foi indiciada por dois feminicídios qualificados. Ela está presa preventivamente na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba. Contudo, José Paulo Schneider, advogado dela, destaca que não há provas de que Gisele tenha sido responsável pela pesquisa e que o então companheiro dela tinha acesso irrestrito ao celular.

Segundo a investigação da PC, o ex-marido de Gisele teria comprado, ao lado dela, pacotes de veneno de rato em setembro. O homem, porém, não é considerado suspeito.

O advogado também chama atenção para o fato da suspeita ter histórico de tentativas de suicídio. Um mês antes da morte delas, por exemplo, a mulher chegou a ficar internada na ala psiquiátrica de um hospital em Igrejinha.

“Ela é alguém que tentou o suicídio várias vezes. Isso poderia justificar as pesquisas”, disse o jurista.

José Paulo Schneider ainda enfatiza que exames do Instituto-Geral de Perícias (IGP) não localizaram nenhum tipo de substância no corpo, nem no sangue, das meninas. Além disso, nenhuma denúncia do caso foi oferecida até o momento.

“A perícia não encontrou qualquer veneno nas gêmeas. Não há comprovação científica de intoxicação ou de envenenamento, apenas relatos sobre as impressões de alguns médicos. O prazo da denúncia já expirou e nada foi oferecido até agora. A legislação diz que a Gisele deveria ser solta, mas este é um caso midiático, então duvido que isso aconteça”, pontuou o advogado.

Fonte: Correio do Povo