Marco Antônio Bocker Jacob, suspeito de manter uma menina de 9 anos refém e abusar sexualmente dela em Tramandaí, cumpriu pena em prisão domiciliar até semana passada. O homem, 61 anos, havia sido condenado por agredir uma jovem de 17 anos. Na quarta-feira (26), após o resgate da criança, ele foi linchado.
De acordo com a condenação, em 2020, o criminoso invadiu a casa de uma família enquanto prestava serviços de pedreiro. Ele teria tentado imobilizar a adolescente, mas acabou sendo contido por vizinhos, que chamaram a Brigada Militar.
O homem também foi indiciado por tentativa de feminicídio, mas a condenação foi por lesão corporal grave. De março de 2024 até o dia 18 de fevereiro deste ano, ele cumpriu pena em regime domiciliar. Outros antecedentes dele incluem tráfico de drogas, crueldade contra animais e furto a veículo. Ele foi preso, e depois solto, em pelo menos outras três ocasiões.
Sequestro
Marco Antônio teria sequestrado a menina na tarde de terça-feira (25), enquanto ela brincava sozinha em uma praça na rua São Marcos, no bairro Parque dos Presidentes. Ele teria oferecido um picolé para atrair a criança.
No dia seguinte, munidos de informações do Setor de Inteligência da corporação, PMs do Choque encontraram a vítima. Ela tinha as mãos amarradas e estava dentro de um calabouço nos fundos do estabelecimento, que fica no mesmo bairro onde ocorreu o rapto e seria propriedade do suspeito.
O esconderijo ficava no chão, sendo camuflado por uma tampa de concreto e com caixas de cerveja em cima. De acordo com o coronel Artur Marques de Barcellos, comandante do Comando Regional de Polícia Ostensiva do Litoral (CRPO Litoral), o alçapão tinha pouco mais de um metro de profundidade. O oficial adiciona que a menina, apesar do forte trauma que sofreu, passa bem.
“Ela foi encontrada em um buraco concretado. Parecia um bunker, um cativeiro, com uma boca de 50 centímetros de largura e pouco mais de um metro de profundidade, e se estendia na horizontal. A tampa também era de concreto e ainda havia caixas com garrafas em cima. A menina foi prontamente socorrida e passa bem”, destaca o coronel Artur Marques de Barcellos.
Ainda segundo o coronel Barcellos, o resgate ocorreu a partir de relatos colhidos na vizinhança, denúncias via 190 e análise de imagens de câmeras de monitoramento. Ele conta que PMs foram ao lugar indicado e questionaram o suspeito, momento em que ouviram os pedidos de socorro da vítima.
“Uma equipe da Operação Golfinho, com policiais militares do Choque e do Setor de Inteligência, esteve no estabelecimento para abordar o proprietário. Enquanto eles faziam a interação, ouviram os chamados de socorro da vítima e iniciaram as buscas”, detalha o comandante do CRPO Litoral.
Fonte: Correio do Povo