INVESTIGAÇÃO

Menino que comeu bolo contaminado em Torres recebe alta do hospital

Ele estava internado desde o dia 23 de dezembro. Já a tia-avó dele, de 61 anos, que fez a sobremesa, permanece hospitalizada na UTI

Menino que comeu bolo contaminado em Torres recebe alta do hospital
Foto: Polícia Civil/ Divulgação

O menino de 10 anos que comeu um bolo contaminado com a família recebeu alta do Hospital Nosso Senhora dos Navegantes, na noite de sexta-feira (3), onde estava internado em Torres, no Litoral Norte gaúcho. Ele estava internado desde o dia 23 de dezembro. A tia-avó dele, de 61 anos, que fez a sobremesa, um “Bolo de Reis”, permanece hospitalizada na UTI.

No início da semana, o menino havia saído da ala de tratamento intensivo e foi para um leito com acompanhamento pediátrico. A outra paciente apresentou piora no quadro de saúde, mas é considera estável.

A criança perdeu a mãe Tatiana Denize Silva dos Anjos, 43 anos, a avó Neuza Denize Silva dos Anjos, 65 anos, e a outra tia-avó, Maida Berenice Flores da Silva, de 58 anos.

O caso

Exames detectaram a presença de arsênio no sangue dos dois sobreviventes. Além deles, a substância também estava no corpo de Neuza Denize Silva dos Anjos, uma das pessoas que morreu. O químico é a base do veneno arsênico.

De acordo com a Polícia Civil, foi a presença do veneno arsênico no sangue das vítimas reduz as chances de intoxicação alimentar como a causa dos óbitos. A principal suspeita, até o momento, é de homicídio culposo, quando não há intenção de matar, mas a instituição enfatiza que nenhuma possibilidade é descartada.

Uma motivação dolosa para as mortes, ou seja, quando existe a intenção de cometer o crime, ainda é considerada pouco provável. A crença dos investigadores é apoiada em oitivas de pessoas próximas aos envolvidos. Pelo menos 10 pessoas já foram ouvidas.

Conforme o titular da DP de Torres, delegado Marcos Vinicius Veloso, a tese do homicídio culposo ganha força porque as provas colhidas apontam que a família tinha uma convivência harmoniosa. Uma hipótese é de que o frasco do veneno possa ter sido confundido com o de outro produto no momento em que o bolo foi feito, uma vez que o arsênio é incolor e inodoro.