A CIC Garibaldi sediou, na última quinta-feira (7), o terceiro encontro de 2025 do Mapa Econômico do Rio Grande do Sul. Organizado pelo Jornal do Comércio, o evento reuniu diversos líderes empresariais, gestores públicos e especialistas. O objetivo do encontro foi debater os caminhos do desenvolvimento regional. Também, o objetivo foi integrar os municípios membros dos Conselhos Regionais da Serra, Hortênsias, Campos de Cima da Serra, Encosta da Serra, Vale do Caí e Vale do Paranhana.
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Para esta edição, três painelistas foram convidados a estarem presentes: Neco Argenta, presidente do Grupo Argenta, Maria Anselmi, fundadora e CEO da Malharia Anselmi, e Oscar Ló, presidente da Cooperativa Vinícola Garibaldi.
O debate, que foi mediado pelo editor-chefe da publicação, Guilherme Kolling, teve como foco iniciativas para impulsionar a recuperação econômica. Também foram tratadas soluções para uma economia em constante transformação. Isso foi tratado principalmente nas regiões mais atingidas pelas enchentes.
Ao longo de cerca de uma hora, os participantes abordaram desafios e oportunidades para as principais cadeias produtivas regionais. Vale destacar que, desde 2023, o Mapa Econômico do RS mapeia e analisa os principais vetores econômicos do Estado, o qual é dividido em cinco grandes regiões. Dessa forma, a iniciativa identifica desafios, potencialidades e avanços em cada território.
A fala dos painelistas
Argenta lamentou que o Rio Grande do Sul ficou para trás em infraestrutura em relação a outros estados.
“Aí é que está o gargalo. A união que devemos ter é não olhar só o seu município. Precisamos olhar para a logística, precisamos ter um bom aeroporto porque os turistas não chegam”, afirmou.
Maria contou que, quando começou a empresa, há 45 anos, não tinha dinheiro e nem experiência e enfrentou períodos de inflação a 70% ao mês.
”Tivemos uma caminhada de muita luta, de trabalho, de seriedade, de tentar colocar as pessoas em primeiro lugar, fazendo um bom produto e colocando o cliente em primeiro lugar.“
Em sua fala, Ló abordou a transformação do setor vitivinícola nos últimos anos. O segmento faturou em torno de R$ 6 a R$ 7 bilhões no ano passado, que representa 1% do PIB gaúcho.
“Embora o setor seja economicamente pequeno, tem grande importância social por manter 12 mil famílias em atividade”, destacou.
Ele citou a questão climática como um dos desafios para a produção vitivinícola, o que tem levado a Cooperativa Garibaldi a investir em testes de uvas. Eles buscam variedades da fruta mais resistentes.
“Os hábitos de consumo também são um desafio para o setor. A indústria precisa estar atenta aos hábitos Hoje está voltando o consumo de vinhos brancos e de produtos com menos ou sem álcool. A indústria precisa estar atenta a tudo isso, porque são novos nichos e mercados”, complementou.
Os participantes foram unânimes em defender que é preciso trabalhar sem depender do governo federal.
“Não há crise que resista a uma surra de trabalho, é isso o que temos que fazer agora”, concluiu Maria.