Em resposta aos desafios climáticos que têm impactado os calendários agrícolas, o estado do Rio Grande do Sul propôs ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) a implementação de um calendário regionalizado para a semeadura da soja na safra 2024/2025. A proposta, apresentada pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) em um ofício, busca adaptar-se às condições específicas de cada região do estado.
Segundo o diretor do Departamento de Defesa Vegetal (DDV) da Seapi, Ricardo Felicetti, a regionalização do calendário é uma resposta necessária aos eventos climáticos adversos que têm afetado significativamente o período de semeadura das culturas de verão, especialmente a soja. Felicetti destaca que a proposta visa proporcionar condições mais favoráveis para o plantio da soja.
O calendário regionalizado proposto pela Seapi divide o estado em três setores distintos: Sul-Sudoeste, Norte-Nordeste e Campos de Altitude. Para a região Sul-Sudoeste, o período de semeadura vai de 1º de outubro de 2024 a 18 de janeiro de 2025, totalizando 110 dias. Na região Norte-Nordeste, a proposta é de 1º de outubro de 2024 a 28 de janeiro de 2025, com 120 dias de semeadura. Já nos Campos de Altitude, o período sugerido é de 1º de outubro de 2024 a 8 de janeiro de 2025, totalizando 100 dias.
Além da soja, a proposta da Seapi também destaca benefícios para a cultura do milho, que é diretamente impactada pelo calendário da soja. Em muitas lavouras do estado, o cultivo de milho precede o da soja, tornando a coordenação dos calendários essencial para a produção agropecuária gaúcha.
A proposta da Seapi também inclui um período de vazio sanitário, que será comum a todas as regiões, estendendo-se de 3 de julho a 30 de setembro de 2024. Durante esse intervalo, fica proibido manter plantas de soja em qualquer fase de desenvolvimento, como estratégia de controle da ferrugem asiática, uma doença causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi.
A expectativa é de que a implementação do calendário regionalizado traga mais eficiência e segurança aos agricultores gaúchos, minimizando os riscos climáticos e fortalecendo a produção agrícola do estado.