A redução do volume de chuva no Rio Grande do Sul configura um cenário de estiagem, especialmente no Centro-Oeste do Estado, onde os danos nas lavouras são mais acentuados. Segundo o Informativo Conjuntural, divulgado pela Emater/RS-Ascar, nesta quinta-feira (23), as áreas mais afetadas são as semeadas no início de novembro. Elas apresentam floração abaixo do esperado, com queda de folhas e flores, resultando em perdas significativas de estruturas reprodutivas e potencial decréscimo na produtividade.
Com relação a frutíferas, por exemplo, na região da Serra Gaúcha, conforme o relatório, a expectativa para a safra 2024/2025 é de colheita um pouco menor em relação aos valores históricos, mas ainda sem um percentual apurado. A estimativa se deve aos danos em figueirais que foram alagados durante a enchente de abril e maio do ano passado. A área de cultivo se mantém estável e os produtores estão fazendo a renovação habitual dos pomares.
O ciclo da cultura segue sem antecipações nem atrasos nos fluxos de colheita. Conforme a Emater, em Caxias do Sul, Nova Petrópolis e Gramado, a safra iniciou nas primeiras áreas em meados de janeiro. A qualidade dos frutos colhidos é considerada como satisfatória.
O valor recebido pelos produtores pela fruta madura por parte das grandes indústrias é de aproximadamente R$ 3,50/kg. Já para consumo de mesa, o preço varia entre R$ 9,00 e R$ 15/kg. Alguns agricultores estão comercializando frutas a granel em pequenas quantidades, direto ao consumidor,. Neste caso, os valores estão entre R$ 6 e R$ 9/kg.
Lavouras
Ainda conforme o Informativo Conjuntural, em regiões mais críticas, em razão do longo período sem precipitações ou da presença de solos rasos e arenosos, observa-se mortalidade de plantas jovens por enraizamento inadequado, folhas comprometidas e desenvolvimento vegetativo abaixo do esperado. No entanto, a condição de estiagem não é uniforme no Estado.
Nas lavouras mais a Leste do território estadual, o estresse hídrico diminuiu de forma significativa, aproximando-se de condições climáticas normais. Especialmente nas regiões mais elevadas do Planalto e nos Campos de Cima da Serra, os volumes de chuva mais regulares têm contribuído para manter o potencial produtivo das lavouras mais próximo do projetado.