Foi confirmado pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS) o primeiro caso de dengue autóctone em Caxias do Sul (contraído na cidade) no ano de 2024. Neste caso, a pessoa que contraiu a doença não tem histórico de viagem para outras localidades. A dengue é transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti, que se reproduz ao depositar seus ovos em água parada.
O paciente, um adulto do sexo masculino morador do bairro Marechal Floriano, teve a doença confirmada no último domingo (21) e não necessitou de internação hospitalar. A Vigilância Ambiental em Saúde já iniciou o trabalho de campo adotado a cada caso suspeito ou confirmado de dengue, seja ele autóctone ou importado. Os agentes de combate às endemias realizam visitas em um raio de 150 metros da residência e do local de trabalho do paciente, para orientação e controle mecânico (eliminação da água parada ou do recipiente). Quando os depósitos de água não podem ser eliminados (virados ou recolhidos) os agentes aplicam inseticida larvicida (ataca a fase em larvas do mosquito transmissor da dengue) e, se encontrado o inseto, aplicam inseticida adulticida (atua para atingir o Aedes aegypti já adulto). Além disso, os agentes reforçam o trabalho de orientação na região.
Além do caso de dengue autóctone, Caxias do Sul contabiliza em 2024 cinco casos importados (em que o paciente viajou para outras localidades). Todos já estão curados. Nestas situações também pode ocorrer circulação da doença, uma vez que, se a pessoa for picada pelo Aedes aegypti, enquanto estiver doente, pode transmitir dengue.
O trabalho de orientação e de visitas para busca por focos do mosquito já faz parte da rotina de combate à dengue da Vigilância Ambiental em Saúde. Parte dessa rotina é o Levantamento Rápido do Índice de Infestação para Aedes aegypti (LIRAa), realizado quatro vezes ao ano, que serve para identificar o nível de infestação do mosquito-da-dengue na cidade. O primeiro LIRAa foi realizado entre 10 e 19 de janeiro e resultou em 7.878 visitas (o mínimo esperado era cumprir 6.934 visitas). Foram coletadas 137 amostras, entre larvas, pupas e mosquitos adultos. Destas, a Vigilância confirmou que 20 amostras eram do Aedes aegytpi, algumas delas no mesmo local (o que configura um único foco). O índice de infestação está sendo finalizado.
As orientações da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) permanecem as mesmas: a população deve estar sempre vigilante a pontos com água parada, seja nos locais de trabalho ou nas residências. Os cuidados são simples: limpar pátios, guardar recipientes abertos em locais fechados, descartar corretamente lixo e pneus, higienizar bem bebedouros de animais para impedir a proliferação do mosquito.
Durante todo o ano, os agentes de combate às endemias seguem com visitas domiciliares, atividades educativas e monitoramento quinzenal em 197 pontos estratégicos (locais onde há grande probabilidade de surgirem criadouros).
O Município de Caxias do Sul ainda não recebeu vacinas contra a dengue, destinadas pelo Ministério da Saúde. Ainda não há previsão de quando esse imunizante estará disponível.
Focos do Aedes aegypti identificados e bloqueados em 2024: 28
– Reolon, São Leopoldo: 5 focos
– Colina Sorriso: 3 focos
– Vila Mari: 2 focos
– Centro, Charqueadas II, Cristo Redentor, Cruzeiro, Esplanada, Fátima, Floresta, Mariani, Medianeira, Pioneiro, Sagrada Família, Santa Lúcia Cohab, São Luis da 6ª Légua: 1 foco
Orientações para evitar a proliferação:
– Limpar com escovação semanal o recipiente de água dos animais domésticos;
– Recolher o lixo do pátio;
– Colocar o lixo ensacado para ser recolhido pela Codeca;
– Recolher pneus inservíveis e armazená-los em locais secos e protegidos da chuva, ou encaminhá-los à Central de Armazenamento de Pneus Inservíveis da Codeca;
– Tampar caixas d’água;
– Colocar telas milimétricas em caixas d’águas descobertas, reservatórios de captação de água da chuva e nos ralos;
– Limpar as calhas;
– Semanalmente, lavar e escovar piscinas plásticas, trocando a água;
– Eliminar os pratinhos das plantas.