O diretor-presidente do Samae de Caxias do Sul, João Uez, se manifestou de forma categórica contra qualquer possibilidade de privatização da autarquia municipal de água e esgoto. Em entrevista ao programa Entre Amigos, da Rádio Viva 94.5 FM, na noite desta quarta-feira (30), Uez criticou a inclusão de Caxias do Sul no estudo contratado pelo governo do Estado do Rio Grande do Sul para avaliar modelos de concessão dos serviços de água e esgoto em 176 municípios gaúchos.
“Nos causa muita estranheza essa situação. O Samae é uma referência estadual e federal. Temos 99% de cobertura de água na área urbana, 93% do esgoto coletado e uma das 10 melhores águas do Brasil. É um serviço de qualidade, prestado por servidores técnicos e comprometidos com a cidade”, afirmou.
Segundo Uez, o prefeito Adiló Didomenico e o vice-prefeito Edson Néspolo já haviam se posicionado contra qualquer tentativa de privatização em gestões anteriores, e seguem mantendo essa posição. “Enquanto o prefeito Adiló for prefeito, o Néspolo for vice, e eu estiver à frente do Samae, vamos trabalhar fervorosamente contra a privatização”, garantiu.
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Preocupação
A preocupação foi intensificada após a divulgação de que o governo estadual encomendou um estudo de um órgão federal para avaliar a concessão dos serviços de água e esgoto em municípios onde o serviço não é prestado pela Corsan. João Uez destacou que o Samae é um serviço municipal, não estadual, e que a decisão final sobre qualquer mudança deve passar pela Prefeitura e pela Câmara de Vereadores de Caxias do Sul.
“A última palavra é do prefeito, com autorização legislativa, que certamente não teremos. Já recebi mensagens de vários vereadores contrários a essa medida”, afirmou.
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Reação
O diretor-presidente também apontou o interesse de municípios da região que enfrentam problemas com serviços privatizados.
“Vereadores de Bento Gonçalves, Farroupilha e Flores da Cunha nos procuraram para conhecer o modelo do Samae. Em alguns desses municípios, os serviços foram privatizados e a população está insatisfeita. Caxias vai na contramão disso”, disse.
João Uez encerrou a entrevista reiterando o compromisso com a gestão pública.
“O Samae foi, é e continuará sendo público. É da população de Caxias, que paga seus impostos. Não é de empresas que vêm especular e, muitas vezes, prestam serviços de má qualidade.”
A inclusão de Caxias no estudo estadual causou reação também entre a população, nas redes sociais, e entre lideranças políticas locais. Para o governo do Estado, o levantamento é apenas técnico. Para Caxias, trata-se de uma estranheza e uma ameaça a um serviço que, segundo a atual gestão, “funciona e é exemplo”.
