BALANÇO

Prefeitura de Caxias do Sul apresenta balanço de ações realizadas após um ano das enchentes

Dos R$ 20 milhões utilizados para recuperação da cidade, mais de R$ 10 milhões são provenientes do Município e o restante do Estado e União, o que inclui emendas parlamentares

Prefeitura de Caxias do Sul apresenta balanço de ações realizadas após um ano das enchentes. Foto: Claudia Palhano/Grupo RSCOM.
Prefeitura de Caxias do Sul apresenta balanço de ações realizadas após um ano das enchentes. Foto: Claudia Palhano/Grupo RSCOM.

Um ano após as enchentes que assolaram todo o estado do Rio Grande do Sul mostra que ainda há muito a ser feito para recuperar não apenas a estrutura física das cidades, mas também entregar dignidade às pessoas que tiveram suas vidas impactadas. Entretanto, já é possível compartilhar parte do que foi feito, bem como as próximas ações, conforme o que foi apresentado na tarde desta segunda-feira (28) em coletiva de imprensa pela Prefeitura de Caxias do Sul.

Com atenção especial às regiões mais afetadas, já se somam mais de R$ 20 milhões de recursos, sendo mais de R$ 10 milhões provenientes do Município e o restante do Estado e União, o que inclui emendas parlamentares. 

Na zona rural, foram investidos recursos significativos na recuperação de estradas e na infraestrutura agrícola, visando garantir a mobilidade e o escoamento da produção. Galópolis, um dos bairros mais atingidos pelas enchentes, tem recebido atenção prioritária da administração municipal. 

Entre as principais ações estão a recuperação de estradas, reconstrução de pontes e muros de contenção, além de obras de drenagem para minimizar o risco de novos alagamentos. Enquanto apresentava os dados, a equipe da administração municipal mostrava imagens de antes e depois de diversas áreas atingidas pelas enchentes.

Entre as intervenções em andamento, estão os pontilhões na Rua João Mincato, em Galópolis. Nas próximas semanas também deverá ser entregue o laudo do estudo técnico contratado para implantar ações preventivas no local, que ainda conta com 13 pontilhões a serem recuperados no interior, em comunidades como São Giácomo, Fazenda Souza, Desvio Rizzo e Vila Cristina. 

Diversos bairros da área urbana também estão sendo contemplados com ações de recuperação. O prefeito Adiló Didomênico falou da construção de seis tanques de amortecimento, os famosos piscinões, com galerias adequadas em muitos trechos e obras de drenagem em 35 bairros de Caxias

“Serão disponibilizados cerca de R$ 40 milhões financiados pelo Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) e verbas a fundo perdido via Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal. Segundo ele, apesar de todo o prejuízo das enchentes, a força tarefa que se formou permitiu que fosse feito o mapeamento de pontos que, apesar de parecerem estar adequados, mostraram problemas que necessitam de atenção” explica ele. 

Ele anunciou ainda que nesta terça-feira (29) será lançado o edital de licitação para viabilização do túnel da Matteo Gianella, uma rede de drenagem com 1.782 metros de extensão e um túnel de 440 metros, num investimento de cerca de 58 milhões. Além disso, também serão disponibilizados os R$ 15 milhões para o tanque de detenção de água e canalização pluvial na rua Júlio Calegari, próximo à Visate, no bairro Esplanada, que é um ponto que alaga também com frequência. O recurso, de cerca de 80 milhões, será repassado dentro dos próximos dois anos pelo Samae.

A Prefeitura está seguindo um cronograma de obras que deve se estender até julho, priorizando intervenções emergenciais e de menor complexidade que podem ser realizadas com recursos e equipes próprias. Parte das obras mais pesadas ainda depende de repasses federais, e algumas já foram executadas pela Prefeitura por necessidade imediata, mesmo sem garantia de ressarcimento. 

Um exemplo é a manutenção realizada na Estrada do Vinho, em um trecho não mapeado, que foi recuperado para restabelecer o fluxo de veículos. Até o momento, o município recebeu cerca de R$ 4,5 milhões de um total de R$ 30 milhões protocolados junto ao governo federal, conforme explica o secretário de Obras do Município, Lucas Suzin, também presente na coletiva.

Segundo ele, a estratégia tem sido atuar de forma escalonada, começando pelas manutenções mais urgentes, como trechos de asfalto danificados e vias com grande fluxo de veículos, especialmente na zona rural, para aliviar os impactos mais sentidos pela população.

Ele ainda reforça o impacto positivo da ferramenta de obras em andamento “Departamento de Manejo de Águas Pluviais – Estudos, Projetos e Obras” lançada também durante o evento à imprensa, com vista na maior transparência e participação da comunidade em geral.

“A plataforma, já disponível para acesso por meio do site da Prefeitura, permite que qualquer cidadão acompanhe, em tempo real, o andamento das obras públicas realizadas na cidade. Por meio dela, é possível visualizar informações como localização da obra, status de execução (planejada, em andamento ou concluída), valor investido, fonte de recursos, empresa responsável pela execução, entre outros pontos”, amplia ele. 

A ferramenta é de fácil acesso e pode ser consultada por meio de computadores, tablets e smartphones com acesso a internet, permitindo que a população fiscalize e participe mais ativamente da gestão pública, acompanhando onde e como os recursos estão sendo aplicados.

Projetos em andamento após enchentes

O prefeito e equipe, ao longo da coletiva, fez alguns anúncios de trabahos que serão feitos. Entre eles, o início do processo de licitação para a construção dos terminais de embarque e desembarque, e do grupamento do Corpo de Bombeiros no Aeroporto Hugo Cantergiani, que deve ocorrer dentro dos próximos 15 dias. 

No dia 08 de maio também ocorrerá o voo de inspeção do sistema de aproximação de aeronaves (PAPI), realizado pelo Grupo Especial de Inspeção em Voo (GEIV), da Força Aérea Brasileira. Com a conclusão da inspeção, o sistema PAPI estará oficialmente pronto para uso.

Importante destacar que foi perdido em torno de 500 hectares só de vinhedos aqui na região da Serra, o que reforça ainda mais a necessidade de implantação de um programa anti-granizo, que já está com adesão de 13 municípios e provavelmente deverá chegar ao número de 15, por conta do investimento significativo que deverá ser feito, mas que se pagará pelo retorno em relação a segurança e tranquilidade do produtor rural que tem todo o seu trabalho e o seu investimento exposto aos revés da natureza. 

Esse projeto, que vai implicar em demanda orçamentária de cinco milhões de equipamento, além dos cerca de 10 milhões de manutenção por ano. A partir do dia 10, os deputados envolvidos nesse trabalho já se comprometeram a marcar uma audiência na Secretaria da Agricultura para ver no que o governo estadual pode ajudar, ao menos, na implantação.

Em relação a assistência social, a Prefeitura também está verificando áreas para ceder para a Fundação Caxias para construir uma grande estrutura do pavilhão que garanta, em episódios de calamidade, maior autonomia do Município para prestar suporte às famílias e demais pessoas que necessitem ser abrigadas. 

O presidente do Samae, João Uez, tem feito a revisão das barragens. A ideia é deixar o nível do Dal Bó, cerca de um metro e meio abaixo do nível, para que ela sirva também como tanque de amortecimento, para evitar o risco de transbordo, que pode causar problemas para aquelas famílias que moram nas proximidades. Questões como alargamento da estrada também necessitam de estudo geológico para evitar desmoronamentos ou outros problemas.