José Alves dos Santos, o Sabiazinho, 86 anos, uma das lendas do rádio caxiense, morreu nesta terça-feira (24). O comunicador gravou o nome na história da comunicação da cidade por meio de programas da Difusora 1250 AM, ao lado de radialistas como Abelino Cardoso, Homero Duarte, Cabeleira e Marçal Rodrigues.
Nascido na Mulada, localidade do distrito de Criúva, interior de Caxias, José Alves ganhou na juventude o apelido que se tornaria sua marca profissional. Franzino, gostava de assobiar e também era apaixonado por trovas gaúchas. Logo, virou o Sabiazinho.
O filho dele, Luciano Alves dos Santos, diz que, antes da carreira como radialista, o pai enfrentou desafios para ajudar a família. Precisou deixar Criúva para ir trabalhar na colheita da uva em Flores da Cunha. De lá, foi trabalhar na antiga Eberle Bellini, em Caxias do Sul. Permaneceu na fábrica até 1970, ano em que mudou de ramo.
“Meu pai sempre gostou de se comunicar. Ele gostava muito de ouvir música. Me contou que um dia brigou com minha mãe (Isaura, já falecida) e foi para o Nordeste, onde trabalhou numa rádio por uns dias. Voltou Caxias e foi parar na Difusora”, conta Luciano.
A estreia na rádio ocorreu em 19 de julho de 1970. Na emissora, produziu e apresentou muitos programas, sendo o Rancho da Amizade o mais longevo e conhecido.
“Esse programa ficou 45 anos no ar. Uma vez fiz as contas: meu pai tinha mais tempo de rádio do que eu de vida”, relembra Luciano com orgulho.
A relação com o tradicionalismo rendeu amizades com músicos famosos, caso de José Mendes e Sidnei Lima. Mas Sabiazinho não ficava restrito ao gênero. Uma vez, na década de 1980, entrevistou o ícone da MPB Tim Maia, conta Luciano. Também foi o idealizador da Caravana Gaúcha, que consistia em coletânea de canções lançadas em CD e shows itinerantes. Sabiá, também foi patrão do CTG Rodeio Minuano em Caxias do Sul.
“Meu pai foi músico lá no passado, mas queria mesmo era ajudar os músicos”.
Sabiazinho se aposentou em 2016 e recebeu uma grande homenagem na Difusora. Nos últimos anos, morava com o filho. Em maio deste ano, sofreu um AVC e a saúde declinou. Como dependia de cuidado mais especializado, passou a viver numa clínica. Nesta terça-feira, passou mal e foi levado para o Hospital do Círculo, onde morreu.
O radialista está sendo velado na Sala A das Capelas São Francisco. O sepultamento está marcado para as 16h de quarta-feira (25) no Cemitério São Luiz da 6ª Légua.
Ele deixa os filhos Luciano e Silvana.