
A Câmara Municipal de Caxias do Sul aprovou, em sessão extraordinária nesta quarta-feira (10), a lei que cria o Dia Municipal do Laço Branco. A data, oficializada como “Dia de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres”, visa ser uma ferramenta de conscientização, prevenção e engajamento social no enfrentamento à violência de gênero.
O projeto destaca que, mesmo com legislações como a Maria da Penha, a violência contra a mulher persiste como uma das mais graves violações de direitos humanos no Brasil. Os números comprovam a gravidade: em 2023, foram registrados mais de 1.400 feminicídios no país, o maior número da série histórica, o que significa uma mulher morta a cada sete horas, majoritariamente dentro da própria casa.
Além dos homicídios, violências psicológica, sexual, moral e patrimonial atingem mulheres de todas as idades e classes sociais. O texto reforça a necessidade urgente de políticas públicas integradas e de mobilização contínua para mudar esse cenário.
Origem do projeto
A iniciativa é inspirada na Campanha do Laço Branco, movimento internacional criado no Canadá em 1991, após um ataque misógino na Escola Politécnica de Montreal que tirou a vida de 14 mulheres. O episódio motivou um grupo de homens a assumir publicamente o compromisso de não praticar, não permitir e não silenciar diante da violência.
Reconhecida pela ONU, a campanha está presente em mais de 50 países. No Brasil, foi oficializada por uma lei federal de 2007, que instituiu o dia 6 de dezembro para a mobilização. Em Caxias, a proposta surgiu após diálogos com psicólogos da região, que enfatizaram a importância da participação masculina nessa luta.
Para a vereadora Rose Frigeri (PT), uma das proponentes, a criação da data é um passo fundamental. “Simboliza o compromisso dos homens com o combate à violência, mas também é um chamado para toda a sociedade. Precisamos transformar indignação em responsabilidade coletiva”, afirmou a parlamentar.