Nesta segunda-feira (27), Bento Gonçalves recebe o primeiro grupo de trabalhadores vindos da região da fronteira para atuar na safra de uva e maçã, como parte de uma iniciativa da Federação dos Trabalhadores Rurais Assalariados do RS (Fetar-RS). O projeto busca incentivar a contratação de mão de obra local, especialmente de regiões menos desenvolvidas do estado, para suprir a demanda crescente da fruticultura na Serra Gaúcha.
A ação teve início após a safra passada, que registrou um grande número de trabalhadores argentinos atuando nas colheitas, muitos em situação irregular. Diante disso, a Fetar-RS iniciou diálogos com a Secretaria Estadual do Trabalho e com sindicatos e associações de produtores da Serra para priorizar a contratação de trabalhadores gaúchos.
Graças a essas articulações, vagas para a safra passaram a ser divulgadas em agências do Sine nas regiões sul, campanha e fronteira. Nesta segunda-feira (27), oito trabalhadores de Arroio Grande chegaram a Bento Gonçalves para começar as atividades nas propriedades rurais locais. O presidente da Fetar-RS, João Cezar Larrosa, acompanha o grupo durante a visita aos locais de trabalho.
“Arroio Grande, como boa parte da região sul, como a fronteira vive uma falta de geração de emprego há muito tempo. Há falta de indústrias, o avanço da soja consorciada com a diminuição das áreas de arroz diminuíram em muito as oportunidades de emprego. A Serra, ao contrário disso, nos apresenta oportunidades, e é isso que buscamos através da Fetar: valorizar nossa mão de obra excedente”, explica Larrosa.
Ainda nesta semana, Larrosa participa de uma nova reunião com o secretário estadual do Trabalho, Gilmar Sossella, para ampliar a captação de trabalhadores através do Sine. A expectativa é de que mais profissionais de regiões menos favorecidas possam integrar as safras de fruticultura, garantindo emprego local e evitando problemas trabalhistas.
Desafios e próximos passos
Segundo o presidente da Fetar-RS, um dos principais desafios desta ação é o convencimento de quem precisa de emprego, mais ainda tem receio de ir para outra região. A aventura em um local desconhecido se torna um motivo para algumas pessoas não aderirem à iniciativa. Desde já, a federação está acompanhando os trabalhadores para garantir segurança durante atuação na safra.
“O receio dos fatos acontecidos no passado precisam ainda serem superados por um todo. Por isso, nesse início de trabalho, a Fetar vem acompanhar a chegada dos trabalhadores acompanhada pela coordenadora do Sine de Arroio Grande”, completa.
Além disso, para garantir boas condições de trabalho e evitar problemas semelhantes aos registrados na safra passada, o Sine de Arroio Grande pediu todas as garantias cabíveis aos empregadores. Bem como, a Fetar tem acesso aos trabalhadores e ficará sempre próxima à eles.
“A Fetar já está com sede na Serra Gaúcha, construímos nossa convenção coletiva que é a maior garantia social de direitos aos trabalhadores. Estamos em uma negociação muito bem encaminhada em Bento Gonçalves, tanto que em breve, também teremos uma sede em Bento. Essas ações construídas após os fatos acontecidos dão segurança aos trabalhadores”, finaliza.