A morte de Edgar Antônio Castagnetti, de 58 anos, ocorrida na madrugada de quinta-feira (29) em Bento Gonçalves, reacendeu o debate sobre o acolhimento de pessoas em situação de rua no município. Natural de Carlos Barbosa, o homem foi encontrado morto no bairro Ouro Verde. A principal suspeita é que ele tenha sido vítima de hipotermia, conforme informou o delegado Ederson Bilhan.
Nesta sexta-feira (30), o secretário de Esportes e Desenvolvimento Social, Eduardo Virissimo, falou sobre o caso durante entrevista ao Programa Sem Nome, da Rádio Bento AM 1070 e Rádio Serrana 98.1, com transmissão ao vivo pelo Facebook do Portal Leouve. Ele explicou que Castagnetti já havia sido abordado diversas vezes pelas equipes de assistência social do município, mas sempre recusou os serviços de acolhimento oferecidos.
Segundo Virissimo, o trabalho de busca ativa é realizado rotineiramente por meio do Serviço Especializado em Abordagem Social (SEAS), vinculado ao Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS).
“Somente no mês de maio, essa pessoa teve mais de dez abordagens. Ele sempre recusava ajuda. Dizia que não queria incomodar ninguém e preferia permanecer na rua”, relatou o secretário.
Ainda conforme Virissimo, a Casa de Passagem, localizada no bairro Maria Goretti, oferece estrutura para acolhimento noturno, com 25 vagas disponíveis das 19h às 7h. Atualmente, 14 pessoas utilizam o serviço. Diante da previsão de temperaturas mais baixas, a secretaria intensificou as ações de abordagem e mobilizou outras pastas, como Defesa Civil, Guarda Civil Municipal, Saúde e Mobilidade Urbana, para reforçar o atendimento às pessoas em vulnerabilidade.
O secretário também destacou que a maioria das pessoas em situação de rua no município não são naturais de Bento Gonçalves.
“Menos de dez são daqui. Muitos vêm de outras cidades, onde há menos estrutura ou apoio. Aqui encontram acolhimento e também ações solidárias de moradores, como doações nas ruas e semáforos. Isso acaba incentivando a permanência”, comentou.
Virissimo reforçou que a comunidade pode colaborar informando casos à assistência social por meio dos canais de plantão, especialmente em horários noturnos, quando a estrutura regular não está em funcionamento.
“Nem sempre é fácil realizar a abordagem. Algumas pessoas, como nesse caso, recusam sistematicamente o acolhimento, mesmo diante das dificuldades impostas pelo frio”, concluiu.