A reeleição é o caminho a ser buscador pela ampla maioria dos vereadores em Bento Gonçalves. O ano mal começa e eles já estão de olho no mês de outubro. Os bastidres estão agitados desde já. As eleições municipais prometem tomar conta dos debates e de encontros partidários/interpartidários. O calendário tem em março o mês para troca de filiações partidárias, e em abril o prazo final para desincompatibilização de cargos públicos
Dos 17 vereadores eleitos quatro anos atrás e alguns suplentes que acabaram assumindo cadeira no legislativo, a maior parte não tem dúvidas: vão em busca de mais um mandato. Mas também há quem esteja descartando a continuidade, gente que cansou ou quer um voo mais alto.
Pesa na decisão sobre mudar ou não de partido o cenário da eleição para o Executivo municipal. Até o momento se sabe que o Prefeito Diogo Siqueira deve concorrer à eleição. Na oposição uma frente está sendo preparada e poderá ter nomes como o do ex-prefeito Alcindo Gabrielli (MDB) do ex vereador Gilmar Pessuto (União) e até do atual presidente da Câmara Rafael Pasqualotto. A tendência é que o PT deva apresentar candidatura também. Da mesma forma, Volmar Giordani que quatro anos atrás defendeu os ideais da direiota, busca espalo para concorrer novamente.
Republicanos fora do Governo
Um primeiro movimento de novo posicionamento foi dado no início da semana pelo Republicanos. Em mensagem interna a presidente do Diretório Municipal, Aline Poder, esposa do vereador Marcos Barbosa, anunciou o rompimento com a administração. O próprio vereador surpreendeu na semana passada ao votar contra o interesse do Executivo na questão da LOA. O partido possui mais de 20 cargos na administração. Um deles é o da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, atualmente ocupado pelo lojista Daniel Amadio, que deve sair juntamente com o paryido que lhe abriu as portas do serviço público.
A reeleição não é o caminho a ser perseguido pelo vereador Paulo Roberto Cavalli, o Paco, 58 anos. Ele está cumprindo seu terceiro mandato e já decidiu: quer se dedicar exclusivamente ao seu negócio de compra e venda de frutas no atacado. Dono de 715 votos, Paco foi o penúltimo eleito entre 17, pelo PTB, que hoje se fundiu com o Patriotas.
Outro que planeja não voltar a ocupar uma cadeira na Câmara é ninguém menos que o presidente da mesa diretora, Rafael Pasqualotto, 42 anos. Mas o motivo é outro. De saída do PP, Pasqualotto está em segundo mandato e tem meta fixa: vai tentar ser candidato a Prefeito em oposição a Diogo Siqueira. O destino partidário de Pasqualotto deve ser o PL.
Ivar não sabe
Já o caso do vereador, Ivar Castagnetti é ainda diferente. Ele sofre uma espécie de desencanto. Egresso do MDB e após ter ficado de fora na legislatura entre 2016 e 2020 Castagnetti voltou à Casa filiado ao PDT e com 1.000 votos. Depois de ter presidido a Casa por dez anos e ter comemorado em 2023 os 40 anos de sua primeira eleição não parece à vontade fora da mesa diretora. Perguntado sobre as próximas eleições ele disse simplesmente que está indeciso. Não sabe se concorre ou fica de fora. Por via das dúvidas, melhor acreditar que na hora H, a adrenalina do pleito o convença a concorrer. Ele gosta da política
MDB encolhe
Interessante – talvez preocupante – é o caso do MDB. Uma das mais importantes agremiações políticas da cidade, tem hoje dois vereadores e um deles, Idasir dos Santos está de malas prontas. Deve aproveitar a janela do próximo ano e se transferir pera o PSDB. Já o seu colega de partido, Agostinho Petrolli não planeja trocar de partido, mas garante que vai colocar seu nome na convenção do partido para concorrer ao cargo de Prefeito. Caso isto se confirme o MDB precisará renovar totalmente sua representação no Palácio 11 de Outubro.
PSDB expande
No caminho inverso vai o PSDB. O partido atualmente forma uma Federação com o Cidadania, de Ari Peliciolli. E tem três parlamentares que deverão buscar mais um mandato. É o caso de Sidinei da Silva, do Secretário de Mobilidade Henrique Nuncio, e do suplente Jocelito Tonietto. O partido almeja aumentar o número de representantes na casa legislativa. Os vereadores do PDT, José Gava e do MDB, Idasir dos Santos devem ingressar no partido do prefeito Diogo Siqueira, que busca reeleição.
Quem vive uma espécie de sinuca de bico é vereador Rafael Fantin, PSD, eleito em primeiro mandato com 926 votos, tem uma tarefa difícil pela frente. Com a nova legislação eleitoral (leia abaixo) terá dificuldades em obter o quociente eleitoral. Ele sabe que para se reeleger, vai precisar de um partido robustecido e admite que esta não é uma tarefa simples. Ele precisará de mais puxadores de votos, mas com um partido sem grande representatividade na cidade fica difícil atrair nomes de peso. Quatro anos atrás tinha uma importante vantagem competitiva, seu partido concorria ao Executivo com Paulo Caleffi, que fez 15.651 votos. Até o momento não há indicativos de que o empresário volte a concorrer.
No cenário existem ainda pelo menos quatro secretários que devem concorrer. Um é o suplente de vereador Davi Da Rold. Os outros três se elegeram e estão ocupando cargos de Secretário Municipal. Além de Henrique Nuncio, A desincompatibilização para cargos do legislativo tem como data limite para quem deseja concorrer o dia 06 de abril. Mas alguns secretários vão tentar sensibilizar o prefeito Diogo Siqueira para poderem voltar à Câmara ainda no início de fevereiro. Para a elaboração deste conteúdo foram ouvidas 15 fontes e reflete um panorama do momento.
Como serão preenchidas as vagas
A nova legislação eleitoral está trazendo alguns novos desafios aos partidos e quem quer se eleger precisa estudar muito as regras para se acomodar no parido que julgar possa lhe oferecer mais oportunidades de eleição.
– Antes os partidos podiam apresentar 26 candidatos, agora o número é de 18. Natural que apenas quem tenha mais potencial de votos seja indicado na convenção;
– Antes todos os partidos participavam da sobra de votos na tentativa de pegar uma última cadeira na Câmara. Agora só vai participar deste rateio o partido que atingir 80% do cociente eleitoral ou mais. O cociente eleitoral é o resultado do número de votos válidos dividido pelo número de cadeira . No caso de Bento Gonçalves 17.
– Em 31 de dezembro de 2023 Bento Gonçalves tinha 92 mil eleitores. Admitindo-se que apenas 75 mil votos sejam considerados válidos o cociente eleitoral seria de 4.411.
– Agora o candidato também tem uma cláusula de barreira. Só entre quem fizer pelo menos 80% do cociente eleitoral
Vereador – partido atual – partido futuro – situação hoje – vai concorrer a vereador?
Eduardo Viríssimo PP – PP – Secretário Municipal – sim
Rafael Pasqualotto PP – PL – Vereador eleito – não
Tiago Fabris PP – PP – Vereador eleito – sim
Edson Biasi PP – PP – Vereador eleito – sim
Eduardo Pompermayer PP – PP – Vereador eleito – sim
Volnei Christoffoli PP – PP – Secretário Municipal – sim
Valdemir Marini PP – PP – Vereador eleito – sim
Sidinei da Silva PSDB – PSDB – Vereador eleito – sim
Idasir dos Santos MDB – PSDB – Vereador eleito – sim
Ivar Castagnetti PDT – indeciso – Vereador eleito – indeciso
José Antônio Gava PDT – PSDB – Vereador eleito – sim
Marcos Barbosa Repub – Repub – Vereador eleito – sim*
Anderson Zanella PP – PP – Suplente – sim
Henrique Nuncio PSDB – PSDB – Secretário Municipal – sim
Rafael Fantin PSD – PSD – Vereador eleito – sim
Jocelito Tonietto PSDB – PSDB – Suplente – sim
Luiz Gromowski PP – PP – Suplente – indeciso**
Agostinho Petrolli MDB – MDB – Vereador eleito – sim ou prefeito
Paulo R. Cavalli PTB – PTB/PAT – Vereador eleito – não
Ari José Peliccioli Cidadania – Cidadania – Vereador eleito – sim*
* Pesa sobre o vereador condenação que pode impedi-lo de concorrer
** O vereador trata de um câncer e o tratamento pode impedi-lo de concorrer