NO CIC

"Queremos melhorar o perfil produtivo do agricultor", diz palestrante da Conferência Conexão 8

CEO da Cerensa Inteligência Ambiental, Anibal Wanderley, levou a ótica do agronegócio e a necessidade de aperfeiçoamento de ações baseadas em dados frente às calamidades enfrentadas no RS

"Queremos melhorar o perfil produtivo do agricultor", diz palestrante da Conferência Conexão 8
Anibal Wanderley é responsável pelas medições climáticas de uma das maiores produtoras de commodities agrícolas do país, a SLC Agrícola | Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação


Encerra nesta sexta-feira (27) a Conferência Conexão 8, em Bento Gonçalves, evento que põe em destaque os desafios e as soluções relacionados aos desastres climáticos no Rio Grande do Sul. Um dos pontos altos da programação foi a palestra do CEO da Cerensa Inteligência Ambiental, Anibal Wanderley, na quinta (26), que levou a ótica do agronegócio e a necessidade de aperfeiçoamento de ações baseadas em dados.

Anibal é responsável pelas medições climáticas de uma das maiores produtoras de commodities agrícolas do país, a SLC Agrícola — com matriz em Porto Alegre. Com o tema Crise Climática: O futuro é agora, o palestrante defende uma análise profunda dos incidentes climáticos, de forma estruturada, que possibilite ao mercado agrícola continuar se reinventando, apesar das perdas.

É fundamental, de acordo com ele, o agronegócio se posicionar estratégicamente frente ao mercado externo.

“Os desafios do mercado externo são grandes. Os principais são a precificação e a rastrabilidade, que são as barreiras a venda de produtos no exterior, e isso vai se traduzir aqui no Brasil. E também os desafios da porteira para dentro, pode-se modelar e trabalhar preventivamente para reduzir perdas ou ter ganhos de produção nessas condições (de desastres climáticos). Para fazer isso, é preciso trabalhar com dados de curto prazo. Você precisa mudar a forma de ver a informação e trabalhar com ela. Essa é minha visão para o agronegócio do RS e geral”, afirma Anibal.

Especialista em economia do meio ambiente, ele argumenta que o agronegócio é intrínseco a sustentabilidade.

“Você precisa ter um regime de chuvas adequado, condições de solo, preservação das áreas de plantil e proteção, dos recursos hídricos. Um é diretamente associado ao outro. É um erro dizer que a sustentabilidade tem conflito com o agro. Ela é a base da produção”, aponta.

Anibal considera que os primeiros provocados para os avanços necessários citados devem ser os participantes dos meios de inovação. Na sequência, vem os produtores, as cooperativas e os sindicatos rurais, que utilizam e se beneficiam das transformações.

“Não se trata de vender insumos ou mais um produto ao produtor. Nosso objetivo não é encelar o armazém da fazenda com coisas inúteis. Queremos levar conhecimento ao produtor para que ele possa melhorar substancialmente o perfil produtivo dele“, complementa.

A Conexão 8 foi sediada no Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves (CIC-BG), e contou com atividades relacionadas a gestão de riscos e desastres naturais; cidades resilientes; economia circular; resíduo zero; governança e políticas públicas; agronegócio; inovação e tecnologia; e educação e conscientização.