
Uma novela que se arrasta há mais de cinco anos. O roteiro é repleto de incertezas e de uma única certeza: vai demorar para a estrutura restante do antigo Presídio de Bento Gonçalves, no Centro da Capital da Uva e do Vinho, seja, enfim, demolida. O espaço, que hoje abriga ratos e entulhos, permanece atrasando novos investimentos em área nobre da segunda maior cidade da Serra Gaúcha. Desde 1° de novembro de 2019 vazia após a transferência completa de detentos para a nova penitenciária, a demolição é cobrança da comunidade há muito tempo.
A ordem do Governo do Estado, por meio da Susepe, que previa a contratação de empresa para colocar abaixo a estrutura física ainda de pé no terreno, foi suspensa. De acordo com comunicado emitido na Central de Licitações, “o certame foi anulado por motivo de equívoco no cadastramento e falta de clareza no edital quanto ao critério de julgamento e o modo de apresentação das propostas. Novo certame será publicado em caso órgão contratante desejar sua repetição”.
Com valor máximo previsto de R$ 472.881,79, a concorrência era do tipo menor preço estipulado. O pregão eletrônico foi aberto no dia 11 de fevereiro e cancelado no dia 26 do mesmo mês. Conforme o edital, o contrato, assim que assinado com a empresa vencedora da licitação, teria validade de 90 dias. Ou seja, em três meses, toda estrutura deveria ser destruída. A previsão do governo é que a demolição, chamada de “etapa 1”, ocorra em 45 dias. Porém, tudo isso, no momento, foi por água abaixo.
Elefante branco
Aos olhos de moradores, turistas, no Centro de uma cidade que recebe visitantes todos os dias, o reflexo do abandono do Estado. No início de 2020, parecia que tudo seria resolvido de forma ágil. Parecia, não foi. Parte da estrutura foi derrubada por uma equipe da prefeitura a pedido da Susepe (Superintendência de Serviços Penitenciários), e só.
Toda essa demora, entra na conta do Governo Estadual. Uma das últimas tentativas de mediação por parte da prefeitura com o estado foi em 2023 e, desde lá, não havia nenhuma nova informação sobre a demolição total.
Após a desativação do prédio em 2019, o Grupo RSCOM esteve por dentro dos muros do que um dia abrigou centenas de presos. Você confere o material, em vídeo, abaixo: