DOAÇÃO

Grupo Pé na Lama realiza o Pedágio Solidário em Bento Gonçalves

Ação solidária ocorre das 8h às 16h nos semáforos ao redor da Praça Vico Barbieri

Foto: Cláudia Debona / Grupo RSCOM
Foto: Cláudia Debona / Grupo RSCOM

Nesta sexta-feira (27), o grupo de voluntários Pé na Lama está promovendo o Pedágio Solidário, uma ação solidária que ocorre das 8h às 16h nos semáforos ao redor da Praça Vico Barbieri, em Bento Gonçalves. O evento mobiliza a comunidade para se engajar em um movimento de solidariedade voltado para as crianças que sofreram as consequências das recentes enchentes que atingiram a região à quatros meses atrás.

O principal objetivo do Pedágio Solidário é arrecadar fundos e materiais para aliviar as dificuldades enfrentadas por essas famílias. Os organizadores estão aceitando doações de brinquedos, tanto novos quanto usados, desde que estejam em bom estado. Além disso, eles pedem doces e chocolates que possam trazer um pouco de alegria para as crianças afetadas.

Esse contato breve com os voluntários no semáforo é uma oportunidade para que a população participe de maneira prática e direta, fazendo a diferença na vida daqueles que mais precisam nesse momento de vulnerabilidade.

O destino das doações

Todo o material e os recursos financeiros arrecadados serão destinados para atender às necessidades imediatas e de médio prazo das famílias impactadas pelas enchentes. Com isso, o grupo Pé na Lama espera minimizar os danos causados pela tragédia e ajudar essas crianças a recuperarem um pouco de normalidade em suas rotinas.

De acordo com Caroline Josende, uma das idealizadores do projeto Pé na Lama, a doação da comunidade de Bento Gonçalves vai acalentar a vida de crianças de locais como Eldorado do Sul, Delta do Jacuí e Ilha dos Marinheiros.

“O brinquedinho do filho que já não usa mais, que está em bom estado também pode estar sendo doado, a gente tem as nossas caixas de arrecadação em cada uma dessas esquinas da praça. Estamos aguardando o povo de Bento e Gonçalves para vir nos ajudar, justamente para gente fazer uma festa muito linda em três lugares diferentes, em três datas distintas”, disse.

Segundo ela, o principal desafio do Pé na Lama é manter viva a chama do voluntariado, principalmente no povo que já doa e ajuda.

“Porque a gente não seria nada sem as doações, né? Então, já se passaram quatro meses da tragédia, mas muita gente enxergou ela só naquele momento que estava acontecendo. E não vê o pós-enchente, no qual as pessoas perderam emprego e muitas já viviam principalmente de catar e reciclar coisas, então eles não têm condições, eles ficaram muito tempo sem trabalhar. Nosso grande problema hoje é a questão de doações mesmo, porque as coisas começam a rodar, a vida anda e as pessoas caem no esquecimento. Não pensam que muitas vezes tem uma criança tomando água e açúcar e comendo bolachinha salgada porque o pai e a mãe já não têm mais dinheiro para comprar nenhum tipo de alimento para ela”, relata.

O que é o Grupo Pé na Lama?

Fundado em 2023, o projeto Pé na Lama está há mais de quatro meses ajudando cerca de 40 municípios atingidos pelas enchentes no Rio Grande do Sul. O grupo, com base em Bento Gonçalves, conta com cerca de 260 voluntários, além de mais de 100 camionetes cadastradas para realizar as entregas de doação — a grande maioria dos itens vêm de São Paulo.

Edson Rigo e Caroline Josende são os idealizadores do projeto. Junto a outros voluntários, distribuíram mais de 1.000 toneladas de donativos desde sua criação e continuam a realizar entregas regularmente. Conforme Caroline, atualmente também estão recebendo doações de roupas de outros países.

“A gente atende muitos lugares e fazemos vários eventos, tudo que a gente ganha de doação, nada para no nosso pavilhão. Na próxima semana já haverá outra entrega. Recebemos um contêiner de roupas que veio dos Estados Unidos, muito boas, então a gente já vai fazer neste fim de semana agora, domingo, o Varal do Lama, em Novo Hamburgo, na Vila das Palmeiras, que é uma vila super afetada”, conta.

A voluntária ainda completa que o motivo de continuarem atuam está refletido nos olhos que quem é acolhido.

“É tudo graças a Deus e aos nossos voluntários que também estão conosco . E como eu digo, a motivação é olhar nos olhos daquelas pessoas, gente que já não tem nada, que a gente sabe que te olha com aquele olhar de gratidão, lhe dá um abraço e compartilha carinho, isso nos motiva”, finaliza.