
Os problemas envolvendo fiação continuam a preocupar moradores de Bento Gonçalves. O acúmulo de cabos de telefonia e internet sem uso forma um emaranhado nos postes, causando poluição visual e risco de acidentes. A prefeitura e a RGE realizam retiradas pontuais, mas o processo avança de forma lenta. A concessionária afirma que a responsabilidade inicial é das empresas de telecomunicações.
As interrupções de energia após temporais também permanecem frequentes. Quedas de galhos e árvores provocam danos à rede e deixam bairros urbanos e rurais sem luz por longos períodos. Há registros de consumidores que recorreram ao Procon ou discutiram diretamente com a RGE em busca de soluções.
Na noite de terça-feira (9), um novo caso chamou atenção na Rua Eugênio Valduga, no bairro São Francisco. Moradores registraram cabos pegando fogo. A via tem intenso tráfego de caminhões e máquinas por causa de uma obra de grande porte. Há suspeita de que algum veículo tenha enroscado nos fios — situação recorrente na cidade. Relatos indicam que cabos de energia estariam misturados com fios de telefonia e internet.
Atuação da Prefeitura
O Secretário de Gestão Integrada e Mobilidade Urbana, Diego Salini, explicou como o município atua na fiscalização e no enfrentamento do problema. Segundo ele, a Resolução nº 1044 da ANEEL estabelece que a RGE é responsável por notificar as empresas de internet quando há cabos irregulares.
“A SEGIMU atua de forma complementar, retirando imediatamente fios de internet quando há risco às pessoas e comunicando a RGE para que faça as notificações”, afirmou.
Quando é possível identificar a empresa responsável, a secretaria realiza a notificação direta.
A fiscalização ocorre tanto por meio de denúncias dos moradores quanto pela observação dos servidores.
“Nossos funcionários registram situações de fiação em desacordo com a regulamentação vigente”, destacou.
Regiões mais afetadas
Salini aponta que a região central concentra a maior quantidade de cabos caídos ou ociosos. O problema também se repete nas principais vias e em diversos bairros da cidade.
Ações previstas
O secretário informou que novas operações estão em planejamento com o apoio do Ministério Público.
“Estamos articulando uma ação na Rua Presidente Costa e Silva. Nosso objetivo é estabelecer um novo modelo de atuação, no qual as empresas de internet assumam maior responsabilidade, disponibilizando inclusive equipes para remover os fios”, explicou.
Dificuldade para identificar responsáveis
Segundo Salini, a identificação dos proprietários dos cabos é o principal entrave.
“Muitos fios não têm qualquer informação sobre o dono, o que impede notificações e autuações. Muitos são instalados de forma clandestina nos postes sob concessão da RGE”, disse.
Para ele, a participação do Ministério Público será fundamental para criar mecanismos legais que deem mais efetividade às ações e garantam a responsabilização das empresas envolvidas.