Durante o Finep Day, que ocorreu em Bento Gonçalves no dia 10 de setembro, a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) apresentou oportunidades de financiamento de projetos de inovação com recursos na ordem de R$ 41 bilhões para fomentar a neoindustrialização no país até 2026. O evento foi realizado no Centro da Indústria, Comércio e Serviços (CIC-BG).
Na ocasião, o gerente substituto, João Florêncio, e o analista da Regional Sul da Finep, Marco Bruno Manzolillo, mostraram as possibilidades para acelerar a inovação a partir, principalmente, dos programas Finep Mais Inovação, Finep Startup e Financiamento Reembolsável.
O Finep Mais Inovação está com 13 chamadas públicas abertas, sendo de fluxo contínuo, com R$ 2,30 bilhões em recursos não reembolsáveis para projetos de empresas em parceria com ICTs – institutos de ciência e tecnologia. Eles precisam ser inscritos em observância às seis temáticas consideradas estratégicas pelo país – cadeias agroindustriais sustentáveis; saúde, mobilidade urbana, resíduos, saneamento e moradia; aviação sustentável; semicondutores e tecnologias digitais; energias renováveis e bioeconomia; e soberania e defesa nacional. O formulário de apresentação de propostas está disponível no SITE.
“Não são projetos triviais, são projetos de alto risco tecnológico”, diz Manzolillo.
De acordo com o analista, entre as diretrizes está o apoio a propostas de micro e pequenas empresas. Os projetos são analisados sob 12 critérios, e as empresas precisam estar no nível de maturidade tecnológica entre 3 e 7. Além disso, passam por duas etapas de seleção, uma voltada à habilitação (adequação e aderência da proposta) e outra de análise de mérito (aspectos técnicos das propostas habilitadas).
“A habilitação barra de 30% a 40% dos projetos, se está especificado que precisa apresentar determinado documento, ele precisa ser apresentado, senão o mérito nem é avaliado”, conta Manzolillo.
O evento também serviu para conectar empresas com as instituições financeiras credenciadas – estiveram no evento representantes do Badesul, BRDE, Banrisul, Sicoob e Cresol – além de apresentar cases das empresas Macrosul, Ziel Upcycled Cosmetics, Proamb e Dalca, todas beneficiadas pelas linhas de financiamento dos programas da Finep. Além do CIC-BG, o evento teve promoção do Inova Bento, do Bento+20 e da Finep, empresa pública vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.
Startups também podem investir
Através do programa Finep Startup, o evento também trouxe a possibilidade de ajuda a startups, com investimento de até R$ 2 milhões, igualmente em fluxo contínuo.
“São para aqueles que não têm fôlego financeiro para escalar vendas e nem capacidade interna. Não é para desenvolver produto, é para ir a mercado. Feito o aporte, nossa expectativa é de que em até cinco anos ela escale seu faturamento, período em que nos retiramos do negócio, realizando nosso lucro para continuar investindo em outras empresas”, afirma o analista.
Com quase 70% dos recursos repassados através do financiamento reembolsável, essa modalidade é a que mais interessa as empresas que necessitam de apoio direto à inovação. A partir disso, podem aumentar a competitividade, as atividades de pesquisa, de desenvolvimento e inovação e o adensamento tecnológico das cadeias produtivas. O financiamento contempla micro, pequenas e médias empresas de qualquer porte, com até R$ 15 milhões, via Finep Inovacred, operado através de agentes financeiros credenciados pela Finep (operação indireta). Médias e grandes empresas com receita bruta superior a R$ 90 milhões e valor de financiamento maior do que R$ 15 milhões podem fazer a operação com a Finep (operação direta).
O financiamento reembolsável
O benefício contempla tanto aquisição de conhecimento, como consultorias e treinamentos, quanto de equipamentos, sejam nacionais ou importados, para desenvolver inovação de produto ou de processo. Para financiamento direto, a taxa de juros é TR mais 5% ao ano, podendo ser reduzida de acordo com a relevância, o grau de inovação e as garantias apresentadas. A carência é de até dois anos, com prazo total de até 192 meses.
Já na modalidade indireta, as condições são TR + 4,3% a TR+ 5,6% ao ano, com prazo até oito anos, com dois anos de carência. Em ambas operações, não há IOF.
“São condições para que as empresas possam fazer mais rapidamente o que elas pretendem fazer ou obter condições de fazer algo que elas deixariam de fazer por falta de condições financeiras”, informou o gerente substituto, João Florêncio.