EDUCAÇÃO

Falta de profissionais preocupa início do ano letivo nas escolas municipais de Bento Gonçalves

Enquanto a prefeitura promete normalização de profissionais, Sindserp destaca sobre a possível retirada de direitos dos servidores públicos

Foto: Reprodução / RDNE Stock project
Foto: Reprodução / RDNE Stock project

O início do ano letivo de 2025 nas escolas municipais de Bento Gonçalves tem sido marcado por desafios. Apesar da ampliação de turmas e das contratações em andamento, a falta de profissionais como professores, monitores e auxiliares de educação infantil tem gerado dificuldades para as famílias e para o funcionamento pleno das unidades de ensino.

De acordo com a secretária de Educação, Andreza Peruzzo, a alta demanda por vagas se deve ao crescimento da cidade e à procura contínua por matrículas ao longo do ano. Para suprir essa necessidade, 15 novas turmas foram abertas em relação ao ano anterior.

“Nossa cidade é próspera, acolhedora e com muitas oportunidades de trabalho, por isso, a procura por vagas nas escolas municipais ocorre durante todo o período do ano, nosso sistema de central de vagas está sempre atento às movimentações”, salienta Andreza.

Bem como, a Secretaria Municipal de Educação (SMED) tem realizado chamamentos e processos seletivos para reposição de profissionais. Em fevereiro, um concurso público foi realizado para professores dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental e auxiliares educacionais, e a homologação dos aprovados está sendo aguardada.

A administração municipal também argumenta que a rotatividade elevada nas funções de monitoria e assistência infantil dificulta a reposição de profissionais.

“Quanto aos monitores já foi realizado levantamento da necessidade, há muita rotatividade nessa função, e esperamos suprir com os novos contratos e o concurso essa demanda com maior brevidade. O concurso evita a rotatividade na função”, diz a secretária de Educação.

Até o momento, 23 educadores infantis foram chamados, e 199 auxiliares estão previstos para iniciar suas atividades a partir de 20 de fevereiro. Segundo a SMED, todas as etapas dos processos seletivos seguem as normas vigentes e estão sendo realizadas com a maior celeridade possível.

Sindserp se manisfesta

No entanto, o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (Sindiserp) critica a forma como a gestão municipal está lidando com a questão. A presidente da entidade, Neilene Lunelli, destaca que a reposição de servidores concursados é constantemente cobrada pelo sindicato. Ela aponta que projetos da prefeitura que retiram benefícios dos servidores podem agravar ainda mais a situação.

“Se já é difícil encontrar pessoas dispostas a seguir a carreira pública com os menores salários da região, imagine se não existirem mais benefícios, como os biênios, por exemplo. Bento Gonçalves perderá excelentes profissionais para outras cidades da região. Por isso, esses projetos não podem ser aprovados”, afirma Neilene.

Além disso, o Sindiserp ressalta a falta de diálogo por parte da administração municipal. Segundo a presidente do sindicato, desde janeiro a entidade busca uma audiência com o prefeito para discutir os impactos dos projetos em tramitação na Câmara de Vereadores, sem sucesso. Enquanto isso, o sindicato tem mobilizado a categoria e a comunidade. Documentos contrários às mudanças são encaminhados para diferentes instâncias, como o Ministério Público e o Tribunal de Contas.

“Esperamos que, antes de qualquer votação, o prefeito demonstre hombridade em dialogar com o Sindicato, que, perante o Ministério do Trabalho, representa todos os servidores municipais. Também esperamos que o legislativo convoque uma audiência pública para discutir esses projetos”, completa a presidente.

A situação preocupa não apenas os profissionais da educação, mas também as famílias que dependem do ensino público municipal.