EDUCAÇÃO INFANTIL

Falta de profissionais reduz horário de turma na Educação Infantil em Bento Gonçalves

Escola do bairro Fátima atenderá Maternal I2 até o meio-dia; baixa atratividade salarial gera desinteresse por vagas e crise na rede municipal

EMI Simone Dalla Costa enfrenta falta de professores.
EMI Simone Dalla Costa. (Foto: Prefeitura de Bento Gonçalves)

Bento Gonçalves - Pais de alunos da Escola Municipal de Educação Infantil Simone Dalla Costa, no bairro Fátima, em Bento Gonçalves, receberam com surpresa o comunicado: a partir da próxima segunda-feira (12), a turma do Maternal I2 terá atendimento apenas até o meio-dia. O motivo? A falta de professores e auxiliares de educação infantil.

A decisão, conforme explicou a direção da escola, foi tomada em conjunto com o Conselho de Pais e Mestres (CPM), o Conselho Escolar e a secretária municipal de Educação, Andreza Peruzzo.

“Como ainda não recebemos pessoas e não temos ninguém previsto em quadro, a turma do Maternal I2 será atendida até o meio-dia. Precisamos nos unir para cobrar de quem realmente pode nos auxiliar”, informou o comunicado enviado às famílias.

A escolha pela redução de turno recaiu sobre a turma com menor número de alunos matriculados.

Problemas na Rede Municipal de Ensino

A medida evidencia um problema que se estende por outras escolas da rede municipal: a dificuldade de atrair profissionais para as vagas disponíveis. A Prefeitura de Bento Gonçalves admite o desafio. Segundo a administração, desde o início do ano há dificuldades para preencher os cargos da Educação Infantil, especialmente em escolas mais afastadas, como a Simone Dalla Costa.

De acordo com a prefeitura, estão sendo utilizados profissionais em regime de hora extra para minimizar os impactos enquanto novas convocações seguem em andamento. Desde janeiro, o município afirma ter contratado 498 servidores, incluindo 91 auxiliares efetivos e 253 temporários.

Baixos Salários e Impacto na Educação

No entanto, educadores e representantes da comunidade escolar apontam outra raiz para o problema: os baixos salários oferecidos pelo município. Com remunerações mais atrativas em cidades vizinhas da Serra Gaúcha, profissionais acabam recusando as convocações ou desistindo dos cargos pouco tempo após assumir.

A redução do horário preocupa pais que dependem do turno integral para conciliar a rotina profissional e familiar. Agora, a comunidade escolar se mobiliza para pressionar a prefeitura em busca de soluções que evitem novos cortes no atendimento.