

Outro agravante apontado pelo sindicalista é a forma prematura como uma reforma de grande impacto, como a trabalhista, foi apresentada à sociedade e aprovada pelos representantes políticos. “Não houve diálogo com os profissionais e nem com as entidades de nenhum segmento para a construção desse documento aprovado no Senado. O Governo fechou os ouvidos aos apelos dos Sindicatos de todo o país, interessados em discutir civilizadamente as propostas e encontrar alternativas de comum acordo. O resultado é que não pudemos opinar e, agora, somos obrigados a aceitar uma reforma trabalhista que prejudica a todos”, lamenta o presidente.
Diante dessa nova realidade, o Sindicato assume um papel ainda mais importante no amparo ao trabalhador. “Passaremos por um período de mudança e adaptação a essa nova condição que nos foi imposta. Nesse momento, mais do que nunca, as entidades sindicais estarão ao lado dos profissionais que representam, transmitindo orientações, participando das negociações e guiando a tomada de decisões para evitar que os trabalhadores sejam ainda mais lesados com essa Reforma”, garante Elvio.
Contra o enfraquecimento sindical
Elvio, que também é vereador do PMDB em Bento Gonçalves, vem utilizando a tribuna do legislativo para denunciar o esvaziamento do papel dos sindicatos na mediação da relação patrão/empregado. “A Reforma Trabalhista trouxe à pauta outro tema polêmico, que é a extinção gradual da contribuição sindical obrigatória – uma manobra política que vem sendo interpretada por muitas lideranças como tentativa de enfraquecer as entidades e, consequentemente, seu poder de atuação e representatividade. Com a aprovação das medidas, o pagamento da mensalidade será facultativo ao profissional”. Na visão do sindicalista, esse item constitui um dos mais graves retrocessos ao movimento sindical, afetando negativamente entidades cuja função é, justamente, defender o empregado, o elo mais fraco na relação trabalhista.
Para Elvio, a a nova lei obrigará os Sindicatos a reinventarem sua forma de atuação, mostrando-se cada vez mais úteis e imprescindíveis ao trabalhador.” Caberá a essas organizações revisarem sua atuação e criarem novos atrativos para manter o interesse e adesão dos profissionais”.
No caso do Stimmme, há uma base muito bem alicerçada nesse sentido, com benefícios e facilidades oferecidos ao associado (atendimentos médicos e odontológicos gratuitos, consultas jurídicas e previdenciárias, convênios, cursos profissionalizantes, atividades sociais e de lazer, entre outras) para sustentar a relação estabelecida com o trabalhador. O desafio será manter e ampliar esses serviços para a categoria, projeta Élvio.
O Stimmme- BG congrega aproximadamente 3,5 mil associados, representando cerca de 14 mil profissionais da categoria e atua em 18 municípios da região nordeste do Rio Grande do Sul. Este ano a entidade completou 50 anos consolidando reconhecimento nacional enquanto modelo de gestão sindical .