Foto: Patrick Alessi/Grupo RSCOM
Foto: Patrick Alessi/Grupo RSCOM

A construção da ciclovia no Vale dos Vinhedos, uma das principais rotas turísticas de Bento Gonçalves, ficará pronta somente em janeiro de 2026. A confirmação veio após solicitação de esclarecimentos à Prefeitura e ao Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano (Ipurb), que admitiram que o prazo inicialmente previsto era julho de 2025.

Segundo a administração municipal, o atraso ocorre devido à “improdutividade” causada pela necessidade de adequar acessos a edificações ao longo da via e pelo fluxo intenso de veículos, característica da região. As obras, executadas em pista compartilhada com um dos corredores turísticos mais movimentados da cidade, vêm enfrentando dificuldades técnicas que não estavam previstas no cronograma original.

Impacto e Planejamento da Ciclovia

Apesar do novo prazo, o Município afirma que não haverá impacto no fluxo da safra da uva, período de maior circulação de caminhões no Vale. A justificativa é de que os trabalhos devem se concentrar exclusivamente na faixa destinada à ciclovia, mantendo a pista de rolamento liberada para veículos e transporte de carga. Ainda assim, chama atenção o fato de que não estão sendo estudadas rotas alternativas para absorver eventuais transtornos caso o cronograma enfrente novos atrasos.

Outro ponto que gera críticas é que o projeto não prevê a construção de acostamentos pavimentados ao longo do trajeto — demanda recorrente de moradores, ciclistas e motoristas que utilizam a via. A Prefeitura confirmou que essa infraestrutura não faz parte do escopo atual e não há estudos em andamento para incluí-la.

LEIA TAMBÉM: Leitor questiona projeto da ciclovia no Vale dos Vinhedos em Bento Gonçalves

Investimento

O investimento total na ciclovia é de R$ 4.539.697,12, sendo R$ 2.211.546,16 provenientes do governo estadual e o restante de contrapartida do Município. A Prefeitura, porém, não detalhou quanto já foi aplicado até o momento na execução.

Com a obra prorrogada para 2026 e sem melhorias estruturais previstas para a via, o projeto levanta questionamentos sobre a capacidade de planejamento e sobre os impactos no turismo e na mobilidade em uma das áreas mais valorizadas da cidade.