
A atual sede da Câmara de Vereadores de Bento Gonçalves deve ser desocupada no segundo semestre de 2027, quando está prevista a conclusão das obras do novo Palácio Legislativo. Com isso, o imóvel localizado na Rua Dr. Casagrande, nº 270 — que ocupa um andar inteiro mais hall de entrada, somando 970 m² — retornará ao Executivo Municipal. Já há discussões sobre qual será a nova destinação do espaço.
O prédio precisa ser desocupado porque o Corpo de Bombeiros não renovou o PPCI (Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndio). Após as adequações necessárias, a expectativa é de que o imóvel passe a abrigar algum órgão da Prefeitura.
Segundo o presidente do Legislativo, Anderson Zanella, as possibilidades em estudo são a Procuradoria-Geral do Município ou o Ipurb (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano). A mudança permitiria reduzir os gastos com aluguéis pagos atualmente pela administração.
Presidente aponta falhas e investimentos na nova sede
Em entrevista ao Programa Sem Nome — podcast transmitido diariamente pelo Facebook do Portal Leouve —, Zanella também comentou sobre falhas estruturais no projeto da nova sede da Câmara, em construção ao lado do Fórum, na Avenida Presidente Costa e Silva.
“Eu sempre fui contra esta obra do jeito que ela foi concebida. Quando assumi a presidência da Mesa Diretora, reuni os 16 vereadores e a decisão foi unânime pela continuidade da obra”, afirmou.
.A paralisação dos trabalhos havia resultado em multa de R$ 201 mil.
“Se deixássemos aquele ‘elefante’ parado, a multa contratual continuaria correndo. Antes disso, avaliamos transformar o prédio em escola ou dar outro uso, mas o edital previa sua destinação exclusiva como sede do Legislativo. Qualquer mudança, além de cara — já que 67% da construção estava concluída —, seria ilegal e nos exporia a sanções do Tribunal de Contas”
Detalhes dos Investimentos e Aditivos
O valor inicial da construção foi orçado em R$ 15.268.000,00. Ao assumir a presidência, Zanella herdou a obra com uma multa de R$ 201 mil e dois aditivos: um de R$ 541 mil (março de 2024) e outro de R$ 978,7 mil (setembro de 2024).
Em maio de 2025, um novo aditivo, no valor de R$ 2.148.000,00, foi incorporado ao contrato.
Necessidade de Novos Projeto incompleto exige novos recursos
De acordo com o presidente, novas verbas serão necessárias porque o projeto original estava incompleto.
“Não seria possível ocupar o prédio como estava. Faltou prever o forro, inclusive no plenário — que é o coração de uma Câmara de Vereadores. O projeto também não contemplava mobiliário, sistemas de votação e som, tratamento de efluentes, climatização e renovação de ar, além do cercamento e de um muro de contenção nos fundos”, detalhou.
Mesmo diante das falhas, Zanella afirma que a única alternativa é concluir a obra buscando minimizar custos. A previsão de conclusão do prédio com 3.600 m² é até a metade de 2026.

“Recebemos uma projeção de R$ 10 milhões para a conclusão, o que nos deixou muito preocupados. Mas acreditamos que será possível reduzir pelo menos 40% desse valor. Um exemplo é o sistema de ar-condicionado, inicialmente orçado em R$ 1,2 milhão, que conseguimos comprar por R$ 750 mil”, destacou o presidente.