Os 30 anos de regionalização da UCS, com a assinatura do comodato com a Fervi foram marcados por solenidade no auditório do campus em Bento Gonçalves. A noite festiva, envolta em reconhecimentos ao passado, reverências ao presente e projeções de futuro, ocorreu no exato dia 16 de agosto em que no ano de 1993 foi celebrado o convênio. A solenidade contu com a presença do prefeito de Bento Goançalves, Diogo Siqueira e do reitor da UCS Gelson Rech além do subreitor Fabiano Larentis.
30 anos após a regionalização que se deu com o comodato firmado entre a Fundação Educacional da Região dos Vinhedos (Fervi) e a Fundação Universidade de Caxias do Sul (Fucs) a constatação é que o processo deu certo. “Fizemos juntos uma grande obra, e estamos no caminho certo”, disse o reitor da UCS, Gelson Leonardo Rech, celebrando os 14 mil alunos formados desde 1972, quando a Fervi foi instituída.
O surgimento da instituição se deu após mudanças estipuladas pelo Ministério da Educação (MEC). Ainda em 1968, Bento Gonçalves foi o primeiro município a receber um curso da UCS fora de Caxias do Sul. Porém, o MEC proibiu, nos anos 1970, a manutenção de cursos superiores longe da sede da instituição mantenedora. A UCS, então, precisou transferir a administração dos cursos em Bento Gonçalves para uma entidade local, levando à instituição da Fervi em 1972.
Durante 20 anos, a Fervi cumpriu sua missão em manter o ensino superior no município. Em 1993, para ampliar a oferta de graduação na cidade, Fervi e Fucs estabeleceram parceria, amplificando o senso comunitário das instituições e dando início a um projeto de sucesso. “A partir desse acordo, foi ampliada a oferta de cursos através da UCS e, por meio da FUCS, realizadas obras de ampliação e construção de espaço físico de estudo, pesquisa, laboratório e estacionamento. A Fervi continua no papel de desenvolver o ensino na nossa região, principalmente o de nível superior”, comentou o presidente da Fervi, Leonardo Stefani.
O convênio também foi saudado pelo vice-presidente da FUCS, Cláudio Luis Pessoa de Oliveira. “Vocês deram sua contribuição, e hoje a universidade retribui e reconhece esse feito. Estamos de mãos dadas, construindo, e pretendemos explorar ao máximo o potencial que aqui existe, trazendo novos cursos”, projetou Oliveira.
Graduações essas que já começaram a ingressar no campus, tendo em vista as comemorações dos 30 anos da regionalização. O sub-reitor do Carvi, Fabiano Larentis (foto ao lado), lembrou da instituição das opções de Enfermagem, Análise e Desenvolvimento de Sistemas e Engenharia de Computação, neste ano, antes de antecipar as próximas formações que farão parte da grade da instituição. “Para 2024, vamos ter Biomedicina, Engenharia de Software, Engenharia de Controle e Automação e Gestão da Produção Industrial, e estamos pleiteando o curso de Medicina”, disse.
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Larentis lembrou como eram o mundo, o Brasil e Bento Gonçalves 30 anos atrás para dimensionar o impacto trazido pela regionalização da UCS. Em 1993, havia 2.113 profissionais formados até então na Fervi. Passados 30 anos, contando diplomados e certificados, são mais de 14 mil. Naquele ano, a cidade era o 21º município em população. Hoje, ocupa a 16ª posição nesse ranking, além de ser a 13ª maior economia no Estado. “O que seria de Bento Gonçalves sem a UCS e o Carvi? É importante destacar, considerando a regionalização, para onde queremos ir e como queremos chegar num mundo cada vez mais volátil, incerto, complexo e ambíguo. Necessitamos reforçar o papel do conhecimento como protagonista do desenvolvimento”, disse.
O reforço da atuação comunitária da UCS a partir da regionalização foi um dos aspectos destacados pelo prefeito de Bento Gonçalves, Diogo Siqueira. “Isso foi fundamental para o Beto Gonçalves. Além da graduação e da pós-graduação, é uma universidade envolvida na sociedade de Bento Gonçalves e região. A UCS deu um passo a mais em receber alunos do ensino fundamental. Começou com cerca de 200, estamos com 270 e, ano que vem, vamos para 400 alunos recebendo ensino público de alta qualidade num ambiente universitário”, destacou, mencionando a Escola de Tempo Integral São Roque, cujos alunos do 5º ao 9 º ano estudam nas dependências do Carvi.
“Trajetória maravilhosa”
O reitor da UCS, Gelson Rech, disse que, caso aprovado, o projeto pode reverter em 400 bolsas na UCS. É mais um motivo para celebrar as instituições de caráter comunitário. “Não temos proprietário. Nosso resultado é reinvestido em nossa missão, e a Fervi se aliou a esse conceito, que também tinha, de fazer parte de uma universidade que quer servir, e não ser servida. Estamos celebrando uma trajetória maravilhosa de quem aposta no conhecimento como elemento de transformação. O conhecimento transforma as pessoas, e as pessoas transformam as comunidades. Assim queremos seguir, temos um grande patrimônio a zelar, uma grande história para contar e um grande futuro”, reforçou Rech, agradecendo a toda a comunidade acadêmica, aos conselheiros e às pessoas que se envolveram na construção das instituições.
Homenagens
A solenidade ainda contou com o descerramento dos quadros da galeria dos ex-diretores do Carvi. Foram entronizados Pedro Ernesto Gasperin, José Carlos Koche e os ex-sub-reitores Miguel Angelo Santin e Odacir Graciolli. Também receberam a Medalha Prefeito Hermes João Webber – Mérito Comunitário: Bernardete Schiavo Caprara; Diogo Segabinazzi Siqueira; Enio Ghelen; João Dal Sasso (in memorian); Jose Carlos Koche; Luciano Massoco (in memorian); Pedro Gasperin; Darci Poletto (in memorian), o prefeito Diogo Siqueira e os ex-prefeitos Aido Bertuol e Pasin. A outorga, nominada por um dos fundadores da UCS, presta homenagem a pessoas e entidades destaques pela promoção de ações sociais. Uma revista temática da UCS sobre a regionalização e bottons alusivos foram entregues aos convidados da cerimônia, que teve ainda uma mostra fotográfica com acervo histórico dos campi e a exibição do vídeo comemorativo dos 30 anos da regionalização.
