RESULTADO

Após dois meses de alta, comércio de Caxias do Sul retrai 3,67% em agosto

Entretanto, o comércio caxiense avançou quase 4% em relação ao oitavo mês do ano passado e mais de 2% no acumulado do ano

Vendas no mês dos pais caíram em relação a julho, em Caxias do Sul
Vendas no mês dos pais caíram em relação a julho, em Caxias do Sul | Foto: Alencar Turella/Divulgação

O boletim Termômetro de Vendas, elaborado pela Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL), nesta terça-feira (08), demonstra que, em agosto, o comércio de Caxias do Sul registrou uma queda de 3,67% se comparado ao mês anterior. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (08), em entrevista coletiva na Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC Caxias).

O resultado negativo ocorreu no período de vendas para o Dia dos Pais, porém, segundo a direção da entidade, foi impulsionado pela redução nas vendas de itens relacionados aos eventos climáticos, como materiais de construção e elétrico, eletrodomésticos, móveis e bazar. Os itens tiveram altas expressivas durante os meses anteriores.

O relatório também revela que na comparação com agosto do ano passado, houve aumento de 3,95%. Em oito meses, o comércio caxiense tem um saldo positivo acumulado de 2,46%. Pela primeira vez este ano, o acumulado de 12 meses ficou positivo em 0,64%.

Crédito

As consultas ao SPC pelos consumidores obtiveram decréscimo de -2,01%, quando confrontado a julho de 2024, e de -15,71% contra igual período do ano passado. O volume de inclusões de débitos diminuiu -25,77% no comparativo entre os meses de agosto e julho de 2024, e retração de -7,48% contra igual período do ano passado. Enquanto isso, as exclusões também registraram baixa de -1,51% relacionado ao mês anterior e -7,70% em relação ao mesmo período de 2023.

Inadimplência

O número de inadimplentes caiu -1,2% na comparação a julho e -9,6% no comparativo ao mesmo mês do ano anterior. O crédito teve variação negativa de -6,47% no volume de consultas em relação a julho, assim como -51,17% na comparação entre agosto de 2024 e agosto de 2023.

A significativa variação da inadimplência é por conta da decisão tomada pelo SPC Brasil de suspender a negativação de dívidas para pessoas físicas e jurídicas residentes no Rio Grande do Sul, entre 16 de maio e 30 de junho, considerando registros incluídos e/ou exibidos a partir de 1º de maio.

A medida foi tomada em conjunto com os bureaus de crédito de todo o Brasil e a Associação Nacional dos Bureaus de Crédito (ANBC). A partir de 1º de julho, os registros puderam ser incluídos normalmente, o que também contemplou os que estavam represados desde o início da suspensão.

O estoque do valor de dívidas em agosto apresentou alta na série, com taxa 1,21% contra 4,41% do mês anterior. Em relação ao mesmo mês do ano passado, a variação foi de 0,59%. Em 2024, o índice é positivo de 7,50% e em 12 meses o crescimento é de 12,6%.

Para o assessor de Economia e Estatística da CDL Caxias, Mosár Leandro Ness, o cenário do comércio varejista local, até o momento alterna momentos de alta e de baixa.

“Existem algumas razões para isso estar acontecendo: a taxa básica de juros está elevada, o que reduz o acesso ao crédito, além disso as incertezas econômicas e políticas, que influenciam na confiança dos consumidores. Somados aos efeitos dos eventos climáticos, temos um cenário instável para o varejo”, avalia Ness.

Em alta de vendas

Ainda segundo o Termômetro de Vendas, no ramo duro, a variação entre agosto e julho de 2024 registrou retração de -4,04%, enquanto comparado a agosto de 2023, houve aumento de 2,78%. No acumulado do ano, foi registrado pequeno crescimento de 1,64%. E no acumulado de 12 meses, observou-se queda de -1,67%, contra queda de -3,19% do mês anterior.

O desempenho positivo de agosto comparado a julho ficou por conta dos implementos agrícolas, com 2,31%. Já os setores que apresentaram resultados negativos foram: automóveis, caminhões e autopeças novos (-5,9%); material de construção (-4,73%); eletrodomésticos, móveis e bazar (-4,15%); materiais elétricos (-2,84%); óticas, joalherias e relojoarias (-2,64%); e informática e telefonia (-2,53%).

Já no ramo mole, a variação entre agosto e julho de 2024 foi de -2,53%, contra 3,64% do mês anterior e comparado a agosto de 2023, houve aumento de 7,60%. No acumulado do ano uma elevação de 5,01%. Na variação do acumulado de 12 meses foi registrada alta de 8,26%, contra o crescimento de 8,42% do mês anterior.

No oitavo mês do ano, o setor que mais teve desempenho positivo foi o de produtos químicos (1,59%). Os segmentos que tiveram resultados negativos em agosto na equiparação a julho foram: vestuário, calçados e tecidos (-3,87%); livraria, papelaria e brinquedos (-1,64%); e farmácias (-1,51%).