Advogado de Passo Fundo é condenado a 96 anos de prisão por desvio de R$ 1,5 milhão de clientes

Sentença abrange 18 crimes de apropriação indevida; Justiça também determina indenização de R$ 66 milhões por danos morais

Publicado por
17:50 - 02/08/2024

Compartilhar:

Facebook Twitter Whatsapp
Advogado de Passo Fundo

Maurício Dal Agnol foi condenado a 96 anos de prisão após ser considerado culpado pelo desvio de R$ 1,5 milhão que deveria ser destinado a seus clientes | Foto: Arquivo

Maurício Dal Agnol, um advogado de Passo Fundo, na Região Norte do Rio Grande do Sul, foi condenado a 96 anos de prisão após ser considerado culpado pelo desvio de R$ 1,5 milhão que deveria ser destinado a seus clientes. A condenação inclui 18 acusações relacionadas a crimes cometidos em processos envolvendo ex-acionistas da Companhia Riograndense de Telecomunicações (CRT), privatizada em 2000.

De acordo com a sentença, Dal Agnol cumprirá sua pena inicialmente em regime fechado, além de pagar uma multa. O caso veio à tona em 2014, quando o promotor Álvaro Poglia, na época responsável pela Promotoria Regional de Execução Penal, apresentou 28 incidentes nos quais o advogado desviou dinheiro que pertencia aos vencedores de ações judiciais.

A investigação revelou que Dal Agnol captava ex-acionistas da CRT e firmava contratos de participação financeira referentes a direitos de ações, os quais davam direito ao uso de linhas telefônicas. No entanto, em vez de repassar os valores devidos a seus clientes, ele se apropriava dos recursos, entregando-lhes apenas o percentual correspondente aos honorários advocatícios.

Poglia, que também coordenou a operação Carmelina em 2012 — nomeada em homenagem a uma das vítimas de Dal Agnol que faleceu sem receber os valores devidos —, destacou que a condenação reflete o entendimento tanto da Polícia Federal quanto do Ministério Público, com base nas provas coletadas. Ele observou que a demora no julgamento ocorreu devido à estratégia da defesa de tentar prescrever os crimes, explorando a estrutura limitada da Justiça penal para lidar com casos complexos, envolvendo múltiplos réus e vítimas.

Além da condenação criminal, o juiz da 4ª Vara Cível da Comarca de Passo Fundo determinou, em abril deste ano, que Dal Agnol pague R$ 66 milhões em indenização por danos morais. Essa decisão decorreu de uma ação civil pública movida pelo Ministério Público, visando compensar as vítimas pelos prejuízos sofridos.

Advogado de Passo Fundo

Compartilhe nas suas redes

Facebook Twitter Whatsapp