Brasil

Reservatórios de hidrelétricas devem atingir níveis menores que na crise de 2014, diz Aneel

Foto: Rene Moreira
Foto: Rene Moreira

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), por meio de um representante, disse nesta quarta-feira, 8, aos deputados da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara, que a capacidade geral dos reservatórios das usinas hidrelétricas pode ficar abaixo do mínimo de 19%, índice registrado na crise de 2014. Segundo o superintendente de fiscalização dos serviços de geração da entidade, Gentil Nogueira, atualmente o nível está em 28,8%. O especialista informou que mesmo com a capacidade abaixo de 19%, há possibilidades de operação do sistema e que o governo federal tem tomado medidas para contornar a crise. “A depender das condições que se revelem nos próximos meses, a gente vai ultrapassar a marca do mínimo histórico, mas é uma situação dentro das possibilidades de operação do sistema. Mesmo atingindo valores inferiores ao mínimo experimentado, isso ainda é possível de se operar o sistema nessas condições.”

Para outros participantes, no entanto, o governo agiu tarde diante da falta de chuvas, explica o professor de planejamento energético da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Luiz Pinguelli Rosa. “A crítica que faço é que isso demorou. Os indícios de que não estava bem a hidrologia, embora ela seja um elemento de incerteza, mas haviam indícios já desde o ano passado. As curvas mostram que a afluência de água já mostrava um declínio”, pontua. Do outro lado, o representante da Casa Civil, Guilherme Bianco, reforçou que a falta de água é a maior em mais de 90 anos e a sociedade tem que participar dos esforços para sair da crise.

Atualmente, o ponto mais crítico está nas hidrelétricas das regiões Sudeste e Centro-Oeste, que concentram 70% da água armazenada no país. Somente o Complexo de Furnas, dos mais importantes do Brasil, está com nível em 16%. Ilha Solteira, Nova Ponte, Marimbondo, Emborcação e Itumbiara possuem índices ainda piores. Caso o nível fique abaixo de 10%, é recomendado o desligamento das usinas por medida de segurança das turbinas, com risco de suspensão do fornecimento de energia.