DEMANDA E EXPORTAÇÕES

Queda no valor do boi vivo não está ligada às tarifas dos EUA

Dados mostram que apenas uma pequena parcela da carne brasileira vai para os EUA, enquanto exportações e demanda interna seguem fortes

Foto: Banco de imagens / Reprodução
Foto: Banco de imagens / Reprodução

Nos últimos dias, frigoríficos em diferentes regiões do país passaram a reduzir o valor da arroba bovina. A justificativa mais recorrente tem sido a imposição de novas tarifas pelos Estados Unidos à carne brasileira. No entanto, números do setor mostram que o impacto das medidas é limitado e não explica a queda generalizada no preço pago aos produtores.

Atualmente, o Brasil conta com mais de mil frigoríficos registrados. Apenas 5,5% estão habilitados a exportar para os Estados Unidos. Além disso, somente 2% da carne bovina brasileira tem como destino o mercado norte-americano. Apesar disso, aproximadamente 90% das empresas reduziram o valor da arroba, mesmo aquelas que atuam exclusivamente no mercado interno.

Demanda e Exportações

Enquanto os EUA aplicam tarifas, outros mercados seguem com demanda aquecida. A China, principal compradora da carne brasileira, aumentou suas importações em 40% no mês de junho. O consumo interno também permanece estável, com liquidez consistente e boa circulação de mercadoria. As exportações totais seguem em patamares elevados.

Especialistas indicam que a decisão de reduzir os preços pode estar ligada mais a estratégias de negociação do que a fundamentos reais do mercado. O cenário não aponta para uma crise generalizada. Os dados reforçam que a tarifa americana é um evento pontual, com impacto restrito e sem força para justificar o movimento nacional de queda na arroba bovina.

Impacto da ‘queda’ e Recomendações

Na Serra Gaúcha, região com forte presença da pecuária, o tema preocupa produtores. É essencial acompanhar informações técnicas e se basear em dados confiáveis. O mercado da carne bovina segue aquecido, tanto no Brasil quanto no exterior. A transparência nas negociações é fundamental para proteger a cadeia produtiva e manter o valor justo pela arroba.

Texto de Guilherme Spiller