Brasil

Preço do gás de cozinha é o maior do século e compromete 9,4% do salário mínimo

Comércio de gás clandestino está prejudicando a população de Caxias do Sul
Petrobras anuncia redução nos preços de venda do gás de cozinha às distribuidoras (Foto: Pedro Ventura/Agência Brasil)

O preço do GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) de 13 quilos, ou gás de cozinha, bateu recorde histórico neste mês de abril, atingindo a maior média mensal real, descontada a inflação, desde o início da série histórica do levantamento de preços da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), iniciada em 2001.

O botijão de 13kg é vendido no Brasil a um valor médio de R$ 113,48, segundo a ANP e representa 9,4% do salário mínimo, o patamar mais elevado desde março de 2007 – quando o botijão custava R$ 33,06 e o salário mínimo era de R$ 350. O levantamento é do OSP (Observatório Social da Petrobras), organização ligada à FNP (Federação Nacional dos Petroleiros), com base no preço médio mensal do GLP e na média de valores semanais de revenda em abril, divulgados pela ANP.

Os dados mostram que em março passado, o gás de cozinha já tinha alcançado o maior preço médio real da série histórica, sendo vendido a R$ 109,31. Antes disso, o recorde tinha sido registrado em novembro de 2021, com o preço médio de R$ 106,50.

Segundo o economista Eric Gil Dantas, do OSP e do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps), o gás de cozinha voltou a comprometer o salário mínimo na mesma proporção de 2007. “Nesses 15 anos, com a manutenção do preço do gás de cozinha e a valorização do salário mínimo, essa proporção foi caindo, mas houve uma inversão em 2017 com a alta dos valores do GLP e o aumento real do salário mínimo”, ressalta.