Agro Rural

Preço do frete de grãos apresenta alta em todos os estados

Transporte de grãos apresenta alta nos preços
Foto: Reprodução/SyngentaBrasil

O preço do frete aumentou em todas as praças analisadas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em novembro de 2022, conforme divulgado na edição de dezembro do Boletim Logístico, publicado no site da estatal. A variação de preços oscilou entre 9% (na rota Campo Mourão a Paranaguá – PR) e 96% (na rota Cristalina a São Simão – GO), na comparação com o mesmo período do ano anterior. Em contrapartida, na comparação com outubro de 2022, constata-se estabilidade ou pequenas variações.

O mês de novembro de 2022 apresentou demanda por fretes enfraquecida na maioria dos estados analisados, com movimento típico de entressafra. Espera-se o reaquecimento do mercado a partir de janeiro de 2023, com a aceleração da colheita de soja. De forma geral, o mercado interno manteve uma demanda firme de grãos e farelos com destino às regiões produtoras de rações animais no Sul do Brasil, compensando parcialmente a diminuição no volume das exportações.

Em alguns locais, questões pontuais contribuíram para as oscilações. Em Mato Grosso do Sul, por exemplo, as incertezas em relação ao momento político, a expectativa quanto ao comportamento do mercado, entre outros fatores, influenciaram para a redução das movimentações dos produtos rumo aos portos. No Distrito Federal, o clima chuvoso deste período também foi um fator que limitou os embarques locais de grãos. Já no Paraná, além dos protestos nas rodovias, a queda na demanda também decorreu da baixa disponibilidade de soja.

Exportações

O volume acumulado das exportações de milho entre janeiro a novembro de 2022 atingiu 48,87 milhões de toneladas, contra as 22,27 milhões apuradas no mesmo período do ano passado, o que representa crescimento de 119,4%. O forte ritmo das exportações brasileiras tem sido impulsionado pelos excelentes preços internacionais ao longo da temporada, a despeito das expectativas recentes, que apontam para uma maior folga no quadro de oferta e demanda mundial.

Até o início deste ano, a China importava milho principalmente dos Estados Unidos e da Ucrânia. Com a guerra com a Rússia e o desentendimento com o governo chinês, em razão da questão taiwanesa, o gigante asiático passou a adquirir mais produtos alternativos, como sorgo e cevada, além de buscar novos fornecedores de milho. O cenário beneficiou as negociações com o Brasil, e as exportações do milho nacional para a China já aumentam a partir desta safra comercial.

Por outro lado, as exportações brasileiras de soja apresentaram queda de 7,9%, reflexo da redução na produção brasileira deste ano e do menor ritmo observado na comercialização interna. O volume acumulado comercializado entre janeiro e novembro de 2022 foi de 88,14 milhões de toneladas, contra 95,72 milhões em igual período de 2021. As últimas semanas foram marcadas por oscilações na Bolsa de Chicago, particularmente devido ao retorno do “dólar soja” na Argentina, que voltou a vigorar a partir de 28 de novembro.