A geração de pais entre 35 a 45 anos chega ao Dia dos Pais com um perfil diferente do modelo tradicional: mais presente, afetivo e envolvido na criação dos filhos. Na Serra Gaúcha, essa transformação acompanha mudanças culturais e econômicas, como paternidades iniciada após os 30 anos, maior escolaridade e novas visões sobre masculinidade. Isso se traduz em participação real no cotidiano. Esses pais dividem responsabilidades, acompanham consultas médicas e assumem tarefas domésticas não como “ajuda”, mas como compromisso de paternidade ativa. Ainda enfrentam desafios, como licenças paternidade curtas e a pressão do trabalho, mas buscam equilibrar tempo e renda para fortalecer vínculos. O reflexo é visível em ações concretas: mais trocas de fraldas, apoio escolar e presença ativa nas redes sociais da família.
Dados apontam crescimento da paternidade ativa no Brasil
Pesquisas indicam que a maioria dos homens entre 30 e 39 anos no Brasil já são pais, e que o grupo dos 35 aos 45 anos concentra a maior parcela da paternidade ativa. Estudos recentes mostram aumento significativo na participação emocional e prática desses pais nas últimas décadas, com impactos positivos no desenvolvimento infantil e no equilíbrio familiar. O envolvimento paterno está associado a melhor desempenho escolar e maior segurança emocional das crianças. Porém, dados administrativos revelam desigualdade na utilização de licenças e na participação em consultas pediátricas. Para especialistas, acompanhar essa evolução é fundamental para embasar políticas públicas e fortalecer o papel paterno. No dia a dia, a mudança é clara: pais mais presentes em casa, nas atividades escolares e atentos às necessidades emocionais dos filhos.
Licença-paternidade e os desafios para o pai brasileiro
Apesar dos avanços culturais, o Brasil ainda possui uma das licenças paternidade mais curtas entre países de renda média, limitando a consolidação da paternidade ativa. Relatórios nacionais e internacionais mostram que o país oferece poucos dias de afastamento e não possui um modelo robusto de licença parental compartilhada. Isso leva muitos pais a retornarem rapidamente ao trabalho, sobrecarregando as mães. Empresas que adotam licenças estendidas ou flexibilização de horários ajudam a reverter esse cenário, mas especialistas defendem que é preciso evoluir tanto na legislação quanto na cultura. A falta de tempo de qualidade nos primeiros dias de vida do bebê impacta o vínculo afetivo e o equilíbrio familiar a longo prazo.
Paternidade na Serra Gaúcha: tradição e modernidade lado a lado
Na Serra Gaúcha, o novo pai mantém viva a herança cultural italiana, marcada pela valorização da família, pelo convívio à mesa e pela transmissão de saberes. Estudos sobre a colonização na região destacam que tradições como a vinicultura, a gastronomia familiar e as festas comunitárias reforçam o papel paterno no dia a dia. Pais serranos de 35 a 45 anos participam ativamente da educação e do lazer, seja cozinhando com os filhos, acompanhando o futebol ou ajudando nos estudos. Essa combinação de cuidado moderno e preservação cultural fortalece vínculos e cria memórias afetivas únicas. A paternidade na Serra Gaúcha é, ao mesmo tempo, contemporânea e enraizada nas tradições.
O futuro do novo pai brasileiro
Consolidar a paternidade ativa no Brasil exige políticas públicas, iniciativas empresariais e mudanças culturais que incentivem a corresponsabilidade no cuidado. Empresas que ampliam licenças, comunidades que promovem encontros de pais e programas de saúde que estimulam a participação masculina já apresentam resultados positivos. Na Serra Gaúcha, ações como eventos familiares, atividades culturais e esportivas e apoio comunitário podem acelerar essa transformação. Monitorar indicadores, como tempo de licença, participação em consultas e envolvimento escolar, será fundamental para medir o avanço. Neste Dia dos Pais, é preciso reconhecer o novo pai: alguém que preserva tradições e, ao mesmo tempo, se reinventa para estar presente. Uma paternidade que molda o futuro das famílias e fortalece a comunidade.
(Fontes: Fiocruz; IBGE; Inventário de Envolvimento Paterno no Brasil; Leave Network; estudos culturais sobre imigração italiana e Serra Gaúcha)
Fonte: Leo Vivan