O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M), mais conhecido como inflação do aluguel porque serve como base para cálculo de reajuste anual de muitos contratos imobiliários, perdeu força na passagem de junho para julho, e fechou o sétimo mês do ano em 0,61%. No mês anterior, o índice tinha registrado 0,81%. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (30), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getúlio Vargas.
Entretanto, a desaceleração não significa que os preços ficaram mais baixos, mas que subiram menos dentro de um período de comparação. No acumulado do ano, o IGP-M chegou a 1,71%, e no somatório de 12 meses, alcança 3,82%.
A FGV calcula o IGP-M por meio da junção de três outros índices. Um deles é o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que apura a evolução dos preços no atacado, ou seja, para o produtor. O segundo é o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede o custo da cesta de consumo das famílias. O cálculo fecha com o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), que se reflete nas obras.
Desaceleração
Os três componentes do IGP-M apresentaram desaceleração de junho para julho, apesar da desvalorização do real – que deixa produtos importados mais caros – e dos reajustes de preços administrados, como gasolina e energia. O coordenador da pesquisa, André Braz, explica a variação do índice.
“Destaca-se a queda expressiva nos preços dos alimentos in natura, tanto no índice ao produtor quanto ao consumidor. No âmbito do INCC, a alta da mão de obra foi menor, o que contribuiu para o arrefecimento da inflação neste segmento”, afirma.
Dentro do IPA, a perda de força da inflação foi impulsionada, principalmente, pelo subgrupo de alimentos in natura, cuja taxa passou de 3% para -4,43%, entre junho e julho. No IPC, das oito classes que compõem o índice, cinco registraram desaceleração.
O maior impacto veio do grupo alimentação, cuja variação passou de 0,96% em junho para -0,84% em julho. Dentro desta classe de despesa, é importante destacar o subitem hortaliças e legumes, que passou de 5,36% na medição anterior para -8,78% na atual.
Acumulado de um ano
Apesar da inflação ter desacelerado, no acumulado de 12 meses, a taxa aumentou. Em junho, estava em 2,45%, variação que passou para 3,82% em julho. Isso se explica porque na base de cálculo saiu o dado de julho de 2023, que levava para o conjunto de meses uma deflação (recuo nos preços) de 0,72%.