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Excesso de produção de energia pode gerar colapso no sistema elétrico aponta Aneel

Essa energia a mais está vindo principalmente dos parques eólicos e solares do Nordeste

Essa energia a mais está vindo principalmente dos parques eólicos e solares do Nordeste. (Foto: Reprodução)
Essa energia a mais está vindo principalmente dos parques eólicos e solares do Nordeste. (Foto: Reprodução)

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) vai estabelecer protocolos para controlar melhor parte a oferta excedente de energia renovável produzida no país, a começar pela geração sob controle das distribuidoras. O novo procedimento vai afetar, inicialmente, a operação de pequenas hidrelétricas e, na sequência, a mini e microgeração distribuída, modalidade formada por consumidores que geram a própria energia e recebem desconto na conta de luz ao injetar o excedente na rede.

A geração que deve ser afetada pela mudança de protocolo está fora da rede básica, não é controlada pelo Operador Nacional do Sistema (ONS), mas também impacta na operação do sistema elétrico. A expectativa é que se encontre uma solução também para as grandes usinas controladas pelo ONS.

O debate ocorre no momento em que o Brasil tem produzido muito mais energia renovável do que precisa. Parece ser uma notícia boa, mas, para o sistema elétrico, tem sido um problema. Essa energia a mais está vindo principalmente dos parques eólicos e solares do Nordeste. O excedente ameaça a segurança do sistema elétrico brasileiro. Quando isso acontece, o ONS Elétrico pede que usinas sejam desligadas, e isso tem ocorrido diariamente.

Mesmo seguindo a programação do operador, as gerações eólica e solar causam sobreoferta em determinados períodos do dia, a depender das oscilações do vento e incidência da radiação solar.

Outro ponto colocado na mesa de discussão foi o de que, se o ONS vai atuar sobre essas usinas, precisa haver protocolos claros, como se daria esse corte, quantidade, atualização dos procedimentos de operação, porque os cortes não foram pensados para esse tipo de geração.

“As usinas podem estar ligadas à [rede local de] distribuição e podem estar ligadas ao Sistema Interligado Nacional (SIN). As usinas que estão ligadas na distribuição não têm uma interlocução direta. Quando precisa desligar alguma coisa, o ONS fala diretamente com as empresas ou usinas eólicas e solares que estão interligadas ao SIN. Agora, se precisar desligar a geração, [o ONS] vai pedir as distribuidoras que atuem juntas às usinas que estão ligadas na distribuição para que elas também sejam desligadas”, explica Luiz Eduardo Barata, presidente da Frente Nacional dos Consumidores de Energia.