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Estudo aponta viabilidade do Aeroporto em Vila Oliva e projeta mais de 2 milhões de passageiros no futuro

Empresa Infra SA apresentou cenários com participação pública e privada na implantação, operação e acessos.

Estudo aponta viabilidade do Aeroporto em Vila Oliva e projeta mais de 2 milhões de passageiros no futuro

O Aeroporto Regional de Caxias do Sul tem potencial para movimentar mais de 1 milhão (no cenário mais pessimista) e chegar a até 2,5 milhões de passageiros por ano. É o que aponta o estudo preliminar de viabilidade contratado pela prefeitura e apresentado nesta terça-feira (29) pela Infra SA a autoridades e técnicos no Salão Nobre do Centro Administrativo.

A participação no encontro dá a dimensão da mobilização em torno do empreendimento em Vila Oliva. O prefeito Adiló Didomenico e a vice Paula Ioris receberam o senador Luis Carlos Heinze, o secretário de Logística e Transportes do Estado, Juvir Costella, o prefeito de Gramado, Nestor Tissot, além de secretários e técnicos municipais e representantes de entidades regionais. De forma virtual, participaram Márcio Maffili, da Secretaria da Aviação Civil (SAC), e Anselmo Caetano, engenheiro da Iguatemi, responsável pelo projeto do aeroporto.

“Esse empreendimento transcende a questão política e de município A ou B. É um investimento de interesse do Estado e da região e será um fator de desenvolvimento para toda a Serra Gaúcha”, destacou Adiló Didomenico. O prefeito lembrou que o município já possui a área de 450 hectares e a outorga do aeroporto. “O custo de logística em Caxias é pesado. Temos todo interesse em viabilizar o aeroporto”, complementou.

Empresa pública responsável por obras ferroviárias, planejamento e estruturação de projetos para o setor de infraestrutura de transportes, a Infra SA (antiga EPL) realizou uma análise estratégica do futuro aeroporto, estimando a capacidade de demanda e as obras viárias e aeroportuárias relacionadas. Foram, ainda, identificados três possíveis cenários para consecução do projeto, que, em resumo, demanda a construção do aeroporto e a ligação rodoviária de 41,8km de extensão da Rota do Sol até a ponte (inclusive esta obra) que separa Caxias do Sul de Gramado, em um custo total estimado em R$ 520 milhões (valores mais assertivos só serão conhecidos com o aprofundamento dos Estudos de Viabilidade Técnica ou com a realização dos projetos executivos).

“A Infra avaliou três cenários logísticos para definir entre concessão, Parceria Público-Privada ou obra pública. Concluímos que a alternativa em que a iniciativa privada é a capitaneadora do aeroporto e dos acessos é a mais viável. O aeroporto tem enorme perspectiva”, afirmou o superintendente de aeroportos da Infra SA, economista Cícero Filho.

As projeções de movimentação levam em conta estimativas de menor ou maior taxa de crescimento do PIB. “No cenário pessimista, a projeção é de 1 milhão a 1,5 milhão de passageiros. No cenário otimista, passaria de 2,5 milhões de passageiros daqui a 30 anos”, destacou. Cícero citou o exemplo do aeroporto Uberlândia, em Minas Gerais, que já recebe mais de 1,1 milhão passageiros por ano.

Pelo cenário apontado como mais vantajoso, a construção do aeroporto seria realizada com recursos do poder público de cerca de R$ 200 milhões, já previstos pela Secretaria da Aviação Civil (SAC). “O ministro de Portos e Aeroportos Márcio França me garantiu: Heinze, se terminar o projeto, o dinheiro sai. Já estão garantidos hoje R$ 204 milhões”, afirmou o senador Luis Carlos Heinze. Assim, a futura concessionária aportaria pouco mais de R$ 320 milhões em 41,8 quilômetros de estrada, incluindo a melhoria do trecho já asfaltado entre a Rota do Sol e Vila Oliva, pavimentação e implantação em direção a Gramado e construção da ponte entre os municípios. Nesse estudo, o cenário de maior viabilidade aponta, preliminarmente, para a concessão de todo esse complexo por 30 anos.

O início do investimento nos acessos, porém, não deverá esperar uma futura concessão. Durante o encontro, o secretário de Infraestrutura e Logística do Estado, Juvir Costella, reforçou o compromisso de auxiliar os municípios na implantação das ligações rodoviárias, participando dos projetos executivos e aportando recursos na construção. “Será o segundo maior aeroporto do Rio Grande do Sul, com importância para o empreendedorismo e para o turismo. Conseguimos avançar, não apenas na questão do estudo apresentado hoje, mas nos futuros acessos ao aeroporto. Se pensarmos 20 ou 30 anos à frente, não se trata apenas de uma ligação entre Vila Oliva e Gramado”, destacou Costella.

O prefeito de Gramado, Nestor Tissot, deixou o encontro mais otimista: “Avançamos em vários detalhes. O Estado terá participação efetiva na ponte e em alguns acessos. E a viabilidade do aeroporto está mais do que confirmada”. Tissot destaca que Gramado recebeu mais de 7 milhões de visitantes no ano passado, número que deve passar de 8 milhões em 2023. “Juntando transporte de passageiros e de cargas, negócios e turismo, a viabilidade do aeroporto está mais do que confirmada. Concordo integralmente com o prefeito Adiló: Não importa de que maneira, quem irá fazer, o importante é que o aeroporto saia do papel”, afirmou.

Além das ligações à Rota do Sol e à Gramado, são projetadas outras estradas que facilitariam o acesso às regiões de São Marcos e Vacaria e dos Campos de Cima da Serra. Por isso, uma nova reunião será realizada com a participação, também, de outros municípios.